Diamantino: consagração em Cannes para filme português
O Grande Prémio da Semana da crítica foi para Diamatino, primeira longa metragem da dupla de realizadores luso-americana constituída por Gabriel Abrantes e Daniel Schmidt. Uma paródia do mundo do futebol e seus excessos, num universo muito pouco convencional onde temas como o acolhimento dos refugiados, o amor sem fronteiras de sexo são também evocados.
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A Semana da crítica foi a primeira mostra paralela do Festival de cinema de Cannes a anunciar o seu palmarés.
O anúncio teve lugar nesta quarta-feira à noite confirmando o acolhimento entusiasta do público por Diamantino.
Um craque português do futebol no declínio a braços com a morte do seu mentor, o pai, e maltratado pelas suas irmãs ávidas do seu dinheiro.
Este homem de uma ingenuidade enternecedora acaba por sofrer um tratamento hormonal decidido pelas autoridades lusas, apostadas numa campanha eurocéptica e determinadas em clonar o génio dos relvados.
Diamantino acaba por se tornar hermafrodita, com os seios a despontarem e consegue impor às irmãs o acolhimento de um refugiado.
Este acaba por se revelar ser uma mulher, de origem cabo-verdiana, que na realidade se infiltrara em sua casa para tentar apurar supostos casos de corrupção incluindo lavagem de dinheiro rumo a paraísos fiscais.
O amor acabará por falar mais alto entre o/a suposto/a refugiado/a e o Miguel Ângelo dos relvados num universo pop a lembrar o nova-iorquino Andy Warhol, com cãezinhos peludos a irromperem no campo quando este rematava de forma certeira para a baliza.
Diamantino é encarnado pelo consagrado Carloto Cotta, que trabalhara em curtas metragens com os dois realizadores e que dera nas vistas em obras consagradas com Tabú de Miguel Gomes.
Os dois realizadores de apenas 34 anos, e o seu actor vedeta, estiveram em Cannes a defender o filme.
Este tem estreias previstas em países como Portugal, Brasil, França ou China.Gabriel Abrantes, realizador português, comenta a reacção calorosa do público de Cannes ao seu filme.
Gabriel Abrantes, realizador português
Abrantes e Schmidt trabalham juntos desde que se conheceram em Nova Iorque quando estudavam cinema.
Obras como Forrest Gump de 1994 realizado pelo americano Robert Zemeckis e encarnado por Tom Hanks, a história de um atleta autista da Geórgia.
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