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França

Agricultores franceses levantam alguns bloqueios mas deixam avisos

Após apelar ontem ao levantamento dos bloqueios rodoviários, na sequência de novas concessões governamentais designadamente em termos de simplificação administrativa, a FNSEA, primeiro sindicado agrícola francês, teceu advertências ao executivo sobre a necessidade de «acções muito concretas» a breve trecho a favor dos agricultores.

Um tractor com uma faixa na qual se pode ler «o nosso trabalho tem um preço», no bloqueio da auto-estrada A4 perto de Jossigny, a leste de Paris, no dia 30 de Janeiro de 2024.
Um tractor com uma faixa na qual se pode ler «o nosso trabalho tem um preço», no bloqueio da auto-estrada A4 perto de Jossigny, a leste de Paris, no dia 30 de Janeiro de 2024. AFP - BERTRAND GUAY
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"Dissemos que levantamos os bloqueios, mas que é preciso transformar esta cólera em acções muito concretas a favor dos agricultores e actuar já a partir da semana que vem para tornar credível e palpável nas nossas explorações o que vai ser a simplificação anunciada pelo Primeiro-ministro", declarou hoje Arnaud Rousseau, dirigente da FNSEA.

No mesmo sentido, o sindicato dos ‘Jovens Agricultores’ saudou o que qualificou de "avanços tangíveis" por parte do governo, enquanto outras organizações como a ‘Coordenação Rural’ e a ‘Confederação Camponesa’ apelaram à continuação do movimento por considerar que os anúncios governamentais não respondem às preocupações dos agricultores.

Organizações de defesa do meio ambiente e certas vozes à esquerda também se mostraram críticas perante as medidas decididas pelo executivo, nomeadamente a opção de fazer uma "pausa" na aplicação do plano de redução 50% o uso de pesticidas no horizonte 2030 em França.

Esta medida veio juntar-se à decisão europeia de adiar por um ano a aplicação da obrigação de colocar certos terrenos aráveis em pousio e de aplicar algumas limitações nas importações agrícolas da Ucrânia.

O governo francês anunciou igualmente ontem um apoio fiscal de 150 milhões de euros, para além dos 400 milhões euros de ajuda de urgência anunciados na segunda-feira, o executivo tendo igualmente pedido à Comissão Europeia para que se encontrem vias para reduzir o peso administrativo da actividade e para que não seja assinado para já o acordo de livre-comércio com o Mercosul que está em negociação há anos.

Noutras partes da Europa, a mobilização tem continuado, designadamente na Grécia, mas também na Itália, onde continuam a circular apelos à manifestação em Roma.

Em Portugal, onde se estendeu igualmente a mobilização, registaram-se bloqueios ontem em diferentes pontos do território. Alguns grupos de agricultores que reclamam uma "valorização da sua actividade" continuaram hoje a bloquear certos eixos, nomeadamente na zona de Lisboa e de Vila Franca de Xira, por considerar insuficiente o anúncio do desbloqueamento de apoios no valor de 400 milhões de euros anunciado esta semana.

 

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