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Angola/Sudão

Angola defende “solução negociada para o conflito” no Sudão

O Presidente angolano diz estar “muito preocupado” com a situação “inesperada” que se vive no Sudão. Em entrevista à France 24, João Lourenço reitera que Angola quer encontrar “uma solução negociada para o conflito”, considerando que esta é a “única saída” para o país.

João Lourenço, Presidente de Angola.
João Lourenço, Presidente de Angola. © France24
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O chefe de Estado angolano afirma estar “muito preocupado” com a situação “inesperada” que se vive no Sudão. Em entrevista à France 24, João Lourenço disse que manteve uma conversa com o general Abdel Fattah al-Burhan, em Londres, tendo aproveitado a ocasião para mostrar a preocupação de Angola em “querer encontrar uma solução para o conflito”.

“A conversa foi boa. Ele agradeceu o facto de todos nós querermos encontrar uma solução negociada para o conflito. Que é a única saída”, explicou.

O Presidente angolano referiu ainda que é urgente "pôr fim aos combates, alcançar-se um cessar-fogo e negociar-se uma paz que seja definitiva”, permitindo o “regresso do grande número de sudaneses que, neste momento, estão na condição de refugiados, nos países vizinhos”.

Questionado sobre o facto da União Africana não ter conseguido, até agora, mediar este conflito, João Lourenço reconheceu que “não faltam esforços nesse sentido e que ninguém está de braços cruzados”.

“O Sudão é membro da Conferência Internacional da Região dos Grandes Lagos, daí eu ter tido a preocupação de ter falado com o Presidente Abdel Fattah. Sei, igualmente, que quer o presidente da Comissão, quer o presidente em exercício da União Africana- Presidente das Comores-  todos eles se tem desdobrado em esforços, no sentido de colocar os dois generais [Abdel Fattah al-Burhan e Mohamed Hamdan Daglo] em contacto para negociarem a paz”, admitiu.

O Presidente angolano acrescentou que “não é por falta de vontade em ver este conflito resolvido. Esse interesse existe, mas a paz não é algo que se negoceia num dia”.

Mais de cem mil pessoas fugiram do Sudão desde que começaram os confrontos entre o Exército e um grupo paramilitar, a situação está a empurrar o país para uma guerra civil. Os combates têm sido travados entre o Exército, liderado pelo general Abdel Fattah al-Burhan, e as Forças de Apoio Rápido, chefiadas pelo general Mohamed Hamdan Dagalo, conhecido por Hemedti.

Os dois chefes militares eram aliados e estiveram lado a lado, quando o antigo Presidente sudanês, Omar al-Bashir, foi derrubado, em 2019, no golpe militar que pôs fim a três décadas de ditadura no Sudão. Dois anos depois, os militares afastaram o governo interino civil que estava a lançar as bases para uma transição democrática. Os combates no Sudão já provocaram 700 mortos e 5.000 feridos. Há mais de 300 mil deslocados e mais de 100 mil refugiados.

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