Angola no caminho da austeridade

A Assembleia Nacional angolana aprovou esta sexta-feira a proposta de Lei do Orçamento Geral do Estado para 2016. O documento foi aprovado com 151 votos a favor, 37 contra e 1 abstenção. A UNITA, o principal partido de oposição, criticou o valor destinado à pasta da Defesa que diz ser superior ao valor atribuído às pastas da Educação e à Saúde. 

Luanda, Angola Miguel Martins

A Proposta de Lei do Orçamento de Estado aprovado nesta sexta-feira foi elaborado pelo executivo tendo em conta as receitas fiscais com a exportação de petróleo em 2016 fixado, em média, a 45 dólares por barril. A UNITA , CASA CE E PRS votaram contra, sendo que o FNLA foi o único partido na oposição a votar a favor de um documento que vai trazer mais austeridade ao país.

Neste documento a fatia dedicada à Defesa, segurança e ordem regista um aumento de cerca de 8% enquanto o valor destinado à despesa social diminuiu 2%. Uma decisão que já foi criticado pela UNITA que diz que o valor atribuído Defesa é superior ao da Educação e Saúde. Esta redução sector da educação acontece numa altura em que o Angola elegeu a educação como o principal desafio do país.

Angola está mergulhada numa crise financeira

Este orçamento de austeridade deve fazer face à crise financeira que está a viver Angola devido à baixa do preço do petróleo e às desajustadas políticas macroeconómicas adoptadas no passado pelo executivo de José Eduardo dos Santos. A somar-se está também a escassez de divisas que tem feito disparar os preços dos produtos no país e criou dificuldades no pagamento de salários. O encerramento de empresas aumentou o número de desempregados e o nível de pobreza. A inflação pode atingir este ano a cifra de 15%.

Diversificação da economia

A inevitável diversificação da economia angolana tem sido defendida pele executivo e por vários economistas que dizem que esta será a única saída para o país a médio prazo. Nesta diversificação, a agricultura surge como sector chave e há quem defenda que depois do ouro negro, Angola está a virar-se para a "economia verde". O país tem ainda alguns desafios pela frente, nomeadamente a nível logístico e a rede de transportes.

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Correspondência de Avelino Miguel