Acesso ao principal conteúdo
Moçambique/França

Investigação por «homicídio involuntário» contra TotalEnergies após o ataque jihadista em Moçambique

O gigante petrolífero, TotalEnergies, está novamente sob pressão judicial. Em França, uma investigação preliminar foi aberta neste sábado, 4 de Maio, por «homicídio involuntário» e por «não assistência a pessoa em perigo» contra a empresa francesa.

Soldados ruandeses em Afungi, perto do complexo da Total, Cabo Delgado, 22 de Setembro de 2021.
Soldados ruandeses em Afungi, perto do complexo da Total, Cabo Delgado, 22 de Setembro de 2021. © AFP - SIMON WOHLFAHRT
Publicidade

TotalEnergies é acusada de não ter feito uma avaliação correcta dos riscos de segurança na zona do projecto de gás liquefeito, isto quando ocorreu em 2021 um ataque jihadista na região.

Esta investigação é um passo positivo para os autores da denúncia, incluindo as vítimas do ataque que ocorreu a 24 de Março de 2021.

Esses ataques, reivindicados pelo Estado Islâmico, ocorreram durante vários dias. Maputo conta 30 vítimas, mas segundo a investigação de um jornalista independente, Alexander Perry, o balanço seria de 1 402 civis mortos ou desaparecidos.

As vítimas acusam TotalEnergies de «não assistência a pessoa em perigo», isto porque segundo elas, a empresa francesa recusou fornecer combustível a helicópteros que tentavam evacuar os civis.

Outra acusação, a falta de apoio para os trabalhadores. Os autores da denúncia afirmam que a empresa sabia que ia haver um ataque e não agiu em consequência para proteger os trabalhadores.

Projecto em Afungi. Imagem de Arquivo.
Projecto em Afungi. Imagem de Arquivo. © AFP - GRANT LEE NEUENBURG

Relatórios de organizações não-governamentais apontam para falhas no plano de segurança da empresa francesa com um projecto de 20 mil milhões de dólares numa zona onde havia combates contra terroristas.

TotalEnergies rejeita essas acusações. A empresa lembrou há um ano, quando a queixa foi apresentada, que ajudou à evacuação de 2 500 pessoas de Afungi, que se encontra a uma dezena de quilómetros de Palma, o epicentro dos ataques.

Desde esses ataques, o projecto de gás liquefeito foi suspenso, mas o Presidente da empresa, Patrick Pouyanné, espera em breve relançar o projecto.

De notar que desde Julho de 2021, milhares de soldados ruandeses e da Sadec apoiam as forças armadas moçambicanas para recuperar o controlo da região de Cabo Delgado.

 

Cabo Delgado, Norte de Moçambique.Imagem de Arquivo.
Cabo Delgado, Norte de Moçambique.Imagem de Arquivo. © AFP - CAMILLE LAFFONT

NewsletterReceba a newsletter diária RFI: noticiários, reportagens, entrevistas, análises, perfis, emissões, programas.

Acompanhe toda a actualidade internacional fazendo download da aplicação RFI

Partilhar :
Página não encontrada

O conteúdo ao qual pretende aceder não existe ou já não está disponível.