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RDC

Paris, Bruxelas e ONU preocupadas com RDC

A missão da ONU na República Democrática do Congo manifestou hoje “a profunda preocupação” face a uma “vaga de detenções nos últimos três dias em todo o território” da RDC. A França convidou a União Europeia a reexaminar as relações com Kinshasa e a Bélgica já avançou que o vai fazer. Jornalista angolano Amílcar Xavier defende que acordo mediado pela comunidade internacional legitima continuação no poder de Kabila até 2018. 

"Cartão Vermelho" para Joseph Kabila: Constituição apontava a meia-noite de 19 de Abril de 2016 como o fim do mandato, mas Kabila continua no poder.
"Cartão Vermelho" para Joseph Kabila: Constituição apontava a meia-noite de 19 de Abril de 2016 como o fim do mandato, mas Kabila continua no poder. REUTERS/Thomas Mukoya
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Desde 16 de Dezembro, a missão da ONU na RDC, a Monusco, contou “113 detenções no país, incluindo de dirigentes e simpatizantes da oposição, activistas da sociedade civil, defensores dos direitos humanos e profissionais da imprensa”.

Em comunicado, a Monusco manifestou a “profunda preocupação” para com a “vaga de detenções nos últimos três dias em todo o território”.

A França declarou-se hoje "preocupada" com os episódios de violência nas duas maiores cidades da RDC, apelando para que as autoridades congolesas “ajam dentro do respeito dos direitos humanos” e lembrando “a responsabilidade individual de autores de crimes e de outras violações de direitos humanos”.

Paris também apelou para que a União Europeia reexamine as relações com a RDC, depois das detenções e episódios de violência registados em Kinshasa e em Lubumbashi. A Bélgica, antiga potência colonial, avisou que vai reexaminar as relações.

Os diplomatas temem que novos episódios de violência façam mergulhar a RDC na guerra civil, à imagem do conflito de 1996-2003 que fez milhões de mortos.

 

Mandato de Joseph Kabila expirou e oposição contesta a sua continuação no poder

Desde domingo, as principais cidades do país estão esquadrinhadas pelas forças de ordem, temendo confrontos depois da expiração do mandato do presidente Joseph Kabila. O mandato terminou esta segunda-feira à meia-noite e a Constituição impede Kabila de se recandidatar. Porém, o chefe de Estado vai manter-se no poder pelo menos até Abril de 2018 porque alegou que não era possível organizar eleições antes dessa data por razões logísticas e financeiras. Inicialmente, o escrutínio estava previsto para Novembro.

Esta madrugada, registaram-se confrontos em Kinshasa e Lubumbashi, as maiores cidades do país. Grupos de defesa de direitos humanos apontaram várias detenções, nomeadamente em Goma, no leste do país.

O opositor histórico Etienne Tshisekedi considerou, em comunicado, que Kabila "perdeu a sua legitimidade e a sua legalidade para liderar o país”, acusando-o de “violação intencional da Constituição” e apelando ao povo para “não reconhecer a autoridade ilegal e ilegítima de Joseph Kabila” e para “resistir pacificamente ao golpe de Estado”.


Jornalista angolano Amílcar Xavier relembra acordo que legitima continuação no poder até 2018

O jornalista angolano Amílcar Xavier defende que Joseph Kabila “vai continuar em funções até Abril de 2018 devido a um acordo que foi mediado pela comunidade internacional”, mas sublinha que se vive um “momento de grande ansiedade e incerteza”. Oiça aqui a análise.

02:31

Amílcar Xavier, Jornalista

 

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