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História

"Memórias em Tempo de Amnésia" de Álvaro Vasconcelos é apresentado este domingo em Paris

Vai ser apresentado a 28 de Maio na Casa de Portugal, na Cidade Universitária Internacional em Paris, a partir das 11h30, o primeiro dos três volumes do livro "Memórias em tempo de amnésia" de Álvaro Vasconcelos, especialista de relações internacionais e voz bem conhecida das nossas antenas. Neste livro de que a RFI falou na altura da sua publicação há alguns meses atrás, o autor relata os primeiros anos do seu percurso de vida em Moçambique e na África do Sul, durante os anos 50 e 60.

Álvaro Vasconcelos, antigo director do Instituto de Estudos de Segurança da União Europeia, acaba neste mês de Dezembro de publicar o seu mais recente livro, "Memórias em Tempo de Amnésia".
Álvaro Vasconcelos, antigo director do Instituto de Estudos de Segurança da União Europeia, acaba neste mês de Dezembro de publicar o seu mais recente livro, "Memórias em Tempo de Amnésia". © Edições Afrontamento
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Para Sheila Khan, socióloga e investigadora em estudos pós-coloniais ligada à universidade do Minho, que vai participar na apresentação, esta obra em forma de testemunho é importante para a reflexão sobre o passado comum de Portugal com África.

"Eu acho que este livro do Álvaro Vasconcelos, "Memórias em tempo de Amnésia", é um livro que, para a minha geração, é importante", começa por dizer a investigadora ao referir que "conviveu muito com alguns silêncios da História, com alguns esquecimentos da História e com muitas ausências validadas por esse esquecimento e por essas amnésias".

"Faço parte de um sociedade à qual nos era dita uma determinada perspectiva da História de Portugal e, portanto, toda a experiência de Portugal em África não nos foi comunicada, não nos foi partilhada, nem sequer tivemos uma pedagogia para pensarmos este Portugal no mundo", refere a socióloga que considera que o livro "Memórias em tempo de amnésia" contribui "para abrir espaço para um melhor debate, um debate crítico e por uma clarividência, uma percepção do que fomos no passado e como é que esse passado ainda nos acompanha neste presente".

Questionada sobre o processo de "descolonização das mentes" em curso em Portugal, Sheila Khan que faz parte de uma geração de investigadores que procuram dar um novo olhar sobre a História recente de Portugal e África, dá conta de progressos.

"A sociedade portuguesa evoluiu imenso. Tem havido uma preocupação imensa e rica de inserir nos nossos currículos o estudo das nossas realidades africanas, não numa perspectiva ocidental e ocidentalizada mas também trazendo para dentro das nossas salas de aulas outras abordagens, outros saberes, outros conhecimentos e outras vozes", considera a académica.

"Muitas vezes quando nós pensamos nesta ideia da descolonização e da descolonização do pensamento ou do conhecimento, não pode ser apenas limitado ao conhecimento académico. É muitas vezes um conhecimento restrito e muito fechado em si" considera ainda a universitária para quem o livro a ser apresentado neste domingo em Paris "leva-nos a uma cidadania, a cidadania da rua, a cidadania do quotidiano, a cidadania do reconhecimento de todos os outros que inevitavelmente fazem parte da nossa caminhada, fazem parte do nosso puzzle de História".

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