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Costa do Marfim/Política

Ouattara e Gbagbo dão primeiro passo para reconciliação nacional

O Presidente da Costa do Marfim, Alassane Ouattara recebeu na terça-feira o seu antecessor Laurent Gbagbo numa atmosfera de reconciliação nacional, marcada por abraços e sorrisos. Trata-se da primeira vez desde a conturbada  eleição de 2010, que os dois dirigentes se  encontraram. Durante o encontro, Gbagbo pediu, em nome da reconciliação nacional, que o chefe de Estado incumbente faça um gesto e liberte as pessoas detidas na sequência dos eventos violentos de 2010/2011.          

O Presidente  Alassane Ouattara de mãos dadas com o seu antecessor, Laurent Gbabgo no palácio presidencial de Abidjan, a 27 de Julho de 2021, durante o seu primeiro encontro desde Novembro de 2010.
O Presidente Alassane Ouattara de mãos dadas com o seu antecessor, Laurent Gbabgo no palácio presidencial de Abidjan, a 27 de Julho de 2021, durante o seu primeiro encontro desde Novembro de 2010. AFP - ISSOUF SANOGO
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Aperto de mão, abraço, mãos dadas e sorrisos marcaram o primeiro encontro entre o Presidente Alassane Ouattara, da Costa do Marfim, e o seu  antecessor, Laurent Gbabgo, desde a controversa eleição presidencial de Outubro de 2010, que desembocou numa crise e em milhares de mortos.

Após um frente a frente à porta fechada que durou trinta minutos, os dois dirigentes marfinenses deram  uma  conferência de imprensa, no decurso da  qual eles realçaram o carácter  "fraterno" e "descontraído"  do seu encontro de 27 de Julho de 2021.

Durante o ambiente caloroso e de reconciliação nacional que marcou o encontro, Laurent Gbagbo  apelou  o chefe de Estado marfinense Alassane Ouattara a libertar as pessoas detidas no decurso da violenta crise pós-eleitoral  de 2010-2011, que ainda estão na prisão.

01:03

Laurent Gbagbo 28 07 2021

    

 "Nós conversamos fraterna e amigavelmente. Estou muito feliz com a conversa que tivemos, porque ela  foi muito descontraída . Sinto-me orgulhoso por isso e desejei que de vez em quando possamos ter este género de encontro, que contribui para aliviar a tensão no país.

No que me diz respeito, eu falei sobretudo com o presidente, insisti, na  questão dos prisioneiros, que foram detidos no momento da crise de 2010-2011 e que permanecem na prisão.

Eu disse ao Presidente: você está de acordo comigo, eu era o líder deles. Actualmente eu estou livre, mas eles estão presos. Eu gostaria que o presidente faça todos os possíveis para que eles sejam libertados. Eu sublinhei esse facto. Tirando isso, falamos da Costa do Marfim que deve seguir em frente".

                                              (Laurent  Gbagbo)

Por  seu  lado Alassane Ouattara  afirmou  que a  crise pós-eleitoral de 2010/2011 provocou divergências , mas que tudo isso tinha ficado para trás.

O último frente a frente entre o chefe de Estado marfinense e Laurent Gbagbo  tinha ocorrido em  25 de Novembro de 2010, data  em  que os dois participaram num debate televisivo, três  dias antes da segunda volta da eleição presidencial.

N'Goran Djedri, do Partido Democrático da Costa do Marfim (PDCI), principal força política da oposição liderada  pelo antigo presidente Henri Konan Bédié, realçou que o seu partido congratula-se com a nova vontade de diálogo manifestada por Alassane Ouattara.

Segundo Djedri, o PDCI  apoia o espírito de diálogo inclusivo na Costa  do Marfim.

A  eleição presidencial de 31 de Outubro de 2010  resultou numa grave crise, que  provocou violentos  confrontos  armados e 3000  mortos.

Laurent Gbabgo, então presidente cessante, foi acusado pelo candidato e adversário Alassane Ouattara, proclamado vencedor com 54,10% dos votos, de não querer aceitar o  resultado do  escrutínio.

Laurent Gbabgo, teria obtido, segundo o Conselho Constitucional da Costa do Marfim, 45,9% dos sufrágios.

O Colectivo das Vítimas da Costa do Marfim, presidido por Issiaka Diaby, em nome dos mortos  da crise pós-eleitoral de 2010/2011, considerou que a  reconciliação nacional não deve circunscrever-se a duas pessoas, e que luz deve ser feita sobre os eventos trágicos de há onze anos.            

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