Ex-presidente Laurent Gbagbo regressa ao país em ambiente de euforia
Depois de uma ausência de 10 anos, o antigo presidente da Costa do Marfim, Laurent Gbagbo regressou na quinta-feira ao país, onde os seus partidários o acolheram num ambiente de euforia. Segundo observadores, o regresso de Gbagbo representa um teste crucial para estabilidade do país da África ocidental.
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Acolhido no aeroporto internacional de Abidjan por uma multidão imensa de partidários, no dia 17 de Junho de 2021, Laurent Gbagbo, absolvido pelo Tribunal Penal Internacional, regressa ao seu país, a Costa do Marfim, 10 anos depois num ambiente eufórico.
Nas ruas de Abidjan, a sua chegada foi festejada como o filho pródigo que regressou ao país e como o salvador para alguns.
A polícia recorreu ao gás lacrimogénio para dispersar as milhares de pessoas, que celebravam o regresso do ex-chefe de Estado, que não desfrutou das honras presidenciais que lhe foram propostas pela administração do incumbente Alassane Ouattara.
Segundo a Frente Popular Marfinense (FPI) ,partido de Gabgbo, uma quarentena de partidários seus foram detidos pelas forças de polícia no dia 18 de Junho de 2021. A informação não foi confirmada oficialmente.
Gbagbo não fez propriamente declarações aos media.Ele limitou-se a dizer que estava feliz por regressar a Costa do marfim depois da sua absolvição em 2019 e que posteriormente fará um discurso.
Referindo-se a sua prisão em Haia, o ex-presidente afirmou que o mais difícil foi estar longe dos seus entes queridos e não ter podido assistir ao funeral da sua mãe.
Com 76 anos de idade, Laurent Gabgbo deverá agora contribuir para a reconciliação nacional no país, onde alguns adversários políticos continuam a imputar-lhe a responsabilidade dos distúrbios pós-eleitorais em 2010.
No poder de 2000 a 2010, Laurent Gbagbo foi preso em Abril de 2011 em Abidjan e em seguida transferido para uma prisão do Tribunal Penal Internacional de Haia, sob a acusação de crimes contra a humanidade.
Três mil pessoas morreram durante as convulsões pós-eleitorais de 2010, cuja responsabilidade foi imputada a Gbagbo, por este ter rejeitado o resultado da eleição presidencial de Outubro do referido ano.
A história da Costa Marfim tem sido marcada, desde o início da década de dois mil, pela violência política e étnica.
Os eventos sangrentos, ocorridos durante a eleição presidencial de Outubro de 2020 e nos quais morreram uma centena de pessoas, são o último exemplo da tensão política que prevalece na Costa do Marfim.
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