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Política/França

Esquerda moderada de Hollande poderá vencer Sarkozy, dizem analistas

A vitória de François Hollande nas primárias do Partido Socialista francês é alvo de análises diversas nesta segunda-feira. O vencedor, que foi casado com Ségolene Royal, candidata derrotada nas presidenciais de 2007, é visto como representante de uma esquerda moderada o que, segundo alguns especialistas, poderia ser uma boa arma contra Nicolas Sarkozy na corrida pela presidência.

François Hollande é visto como um candidato muito moderado.
François Hollande é visto como um candidato muito moderado. Reuters
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Segundo vários analistas políticos, François Hollande, que representa a esquerda bem mais moderada, será um adversário mais forte contra o presidente Nicolas Sarkozy, já que poderá reunir votos dos centristas descontentes com o atual presidente. Por outro lado, a direita, que criticou sistematicamente a realização das primarias do partido, aponta a falta de firmeza das propostas do candidato vencedor.

Um dos assessores mais próximos de Nicolas Sarkozy, Henri Guaino, disse hoje que Hollande é um homem pouco audacioso e com uma personalidade não muito transgressiva, o que vai facilitar a batalha para Sarkozy. Durante a campanha das primárias, a imagem de que Hollande é um homem fraco, incapaz de tomar decisões difíceis, foi o principal argumento de sua adversária, Martine Aubry, o que provocou um desgaste que o agora candidato oficial do Partido Socialista terá de superar.

O presidente francês ainda não declarou oficialmente sua candidatura - isso só deverá acontecer em fevereiro, a dois meses do primeiro turno - mas a estratégia de seu partido, o UMP, já está traçada. Os partidários de Sarkozy se deram como primeira missão criticar ponto por ponto o programa socialista, demonstrando que as propostas do PS são irrealistas.

O UMP tem vários eventos agendados esta semana para ocupar o espaço na mídia e declarar o contra-ataque. Duas promessas de Hollande vão ganhar especial atenção: a possibilidade de retorno da idade mínima legal da aposentadoria para 60 anos, em vez dos atuais 62, uma reforma aprovada por Sarkozy, e a recontratação de 60 mil professores, uma medida que custaria bilhões aos cofres públicos em tempos de crise.

Perfil

Aos 57 anos de idade, François Hollande prepara sua candidatura para defender as ideias do Partido Socialista nas presidenciais do ano que vem desde 2009. O candidato, como boa parte da classe política francesa, seguiu um percurso de grandes instituições de ensino, com passagem pelo Instituto de Ciências Políticas (Sciences-Po), a faculdade de Comércio HEC e a ENA (Escola Nacional de Administração). Foi aliás nos bancos da ENA que Hollande conheceu Ségolène Royal, sua concorrente nas primárias do Partido Socialista e candidata derrotada das presidenciais de 2007. Os dois viveram juntos durante mais de 20 anos e tiveram quatro filhos antes da separação, também em 2007.

Do ponto de vista ideológico, François Hollande é herdeiro de Jacques Delors, que é pai de Martine Aubry, sua outra concorrentes nas primárias do PS.

Sua carreira política começou a ganhar força em 1997, ao assumir a chefia do Partido Socialista no lugar de Lionel Jospin, que se tornou primeiro-ministro. O balanço dos onze anos em que dirigiu a formação é cheio de altos e baixos: se ele sempre teve êxito nos ações locais, nunca conseguiu conquistar uma eleição geral no partido. Um percurso instável que chegou a ter uma ruptura total em 2008, quando Hollande se afastou temporariamente do PS.

Atualmente o candidato divide sua vida com a jornalista política Valérie Trierweiler. Desde que começou a se preparar para as presidenciais o candidato também sofreu uma verdadeira metamorfose física, ao perder mais de 10kg e transformar sua silhueta. 
 

 

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