São Tomé e Príncipe : debate sobre o Estado da Nação marcado por acusações

No dia em que se realizava o debate sobre o Estado da Nação, um debate que se debruçou designadamente sobre os desafios financeiros que o arquipélago enfrenta, o chefe do governo, Patrice Trovoada disse acreditar que a população tem consciência da situação económica do país. Jorge Bom Jesus, líder do anterior governo, pede soluções.

São Tomé e Príncipe AP - GEORGE OSODI

Esta quarta-feira, no debate parlamentar sobre o Estado da Nação, o Governo e a oposição de São Tomé e Príncipe trocaram acusações acerca das dificuldades que o arquipélago enfrenta. Um dos tópicos em destaque foi a situação da Empresa de Água e Electricidade (EMAE).

Respondendo às críticas, o primeiro-ministro disse que herdou uma situação difícil.

“Foi este país e estas contas que o 17.º Governo nos deixou. Um banco central sem um único dia de reserva para importação de bens de todo o tipo”, disse o chefe do governo.

Patrice Trovoada acredita que todos os são-tomenses têm a consciência da actual situação económica e financeira do país.

"As injustiças e discrepâncias salariais são demasiadamente gritantes e não têm qualquer sustentabilidade. E só nos poderão conduzir à ruína", considerou o primeir-ministro.

O líder do MLSTP-PSD, Jorge Bom Jesus, que liderou o anterior governo, respondeu a algumas das questões abordadas por Patrice Trovoada. Disse que a situação que herdou também era difícil e que é preciso encontrar soluções para os problemas.

“Recebemos o país com reservas líquidas cambiais que mal chegavam para dois meses de importação. Falou tanto da EMAE e esqueceu-se que nós encontrámos o país completamente apagado e sem combustível. As pessoas lembram-se”, vincou o anterior chefe do governo.

O debate desta quarta-feira acontece num contexto político e económico delicado. Na semana passada, certos sectores da sociedade são-tomense ameaçaram avançar com movimentos de greve, nomeadamente profissionais da saúde, ou ainda dos registos civis que reclamam melhorias salariais e de condições de trabalho, levando o governo a encetar discussões para evitar cenários de bloqueios.