Acesso ao principal conteúdo
#Economia

FMI debate ajuda financeira a São Tomé e Príncipe em Junho

O Fundo Monetário Internacional (FMI) vai debater em Junho o programa de assistência financeira a São Tomé e Príncipe. A notícia foi avançada à agência Lusa por Thibault Lemaire, economista do departamento africano do FMI, que indicou, ainda, que a recuperação económica em Cabo Verde está "rodeada de desafios" e que Angola tem sido resiliente mas é preciso manter as reformas.

São Tomé, 24 de Setembro de 2022.
São Tomé, 24 de Setembro de 2022. © Carina Branco/RFI
Publicidade

Em entrevista à agência de notícias portuguesa, economista do departamento africano do Fundo Monetário Internacional, Thibault Lemaire, disse que o programa de assistência financeira a São Tomé e Príncipe vai ser discutido pelo conselho de administração do FMI em Junho.

"A nova facilidade de crédito alargado deverá ser apresentada ao conselho de administração do Fundo em Junho”, disse o economista, que lembrou que há "condições macroeconómicas difíceis", mas também "boas perspectivas" de crescimento a médio prazo para o arquipélago.

"O novo programa apoiado pelo FMI, previsto para Junho de 2023, deverá servir de base a uma recuperação económica gradual. Projectamos um crescimento anual de 2% em 2023, impulsionado pela recuperação do turismo para um nível de 80% anterior à pandemia e por um ajustamento orçamental concentrado no início do período", acrescentou Thibault Lemaire.

O FMI prevê que, depois de um crescimento de 1,9% em 2021, o Produto Interno Bruto (PIB) tenha registado uma expansão de 0,9% no ano passado, mas deverá acelerar para 2,4% este ano e 3,5% até 2025.

O FMI aprovou um programa de assistência técnica para São Tomé e Príncipe, no valor de 20 milhões de dólares (mais de 18 milhões de euros), para sustentar o "ambicioso programa de reformas das autoridades" até finais de 2026.

Entrevistado no âmbito da divulgação do relatório do FMI sobre a África subsaariana, o economista também falou sobre Angola e disse que o país tem de combinar reformas que garantam a manutenção da disciplina orçamental com reformas estruturais e planos de diversificação. Thibault Lemaire disse que "Angola tem sido resiliente face aos choques externos e ao ciclo político" e sublinhou que a recuperação do crescimento económico no ano passado assenta no sector não petrolífero.

Para o FMI, o crescimento médio de Angola nos próximos anos não vai passar dos 4%, devendo acelerar de 2,8%, em 2022, para 3,5%, este ano, e 3,7%, em 2024, ano em que a inflação deverá finalmente baixar para um dígito.

Quanto a Cabo Verde, o economista disse que a recuperação económica em curso está "rodeada de desafios" e riscos geopolíticos e relacionados com o clima.

"Os riscos de desaceleração da actividade económica estão relacionados com um abrandamento significativo dos principais mercados emissores de turistas para Cabo Verde, ou de perturbações no turismo relacionadas com as viagens", declarou, alertando que "novos aumentos dos preços dos combustíveis e alimentos podem afectar os mais vulneráveis".

A economia de Cabo Verde continua a recuperar depois da recessão de quase 15% registada em 2020 devido ao impacto da pandemia de covid-19 no turismo, o principal sector da actividade económica do país, valendo cerca de 30% do Produto Interno Bruto (PIB).

Cabo Verde está sob assistência financeira do FMI, com uma facilidade alargada de crédito, ao abrigo da qual já recebeu quase 16 milhões de dólares (14,45 milhões de euros) no princípio deste ano, depois de concluir com sucesso a primeira avaliação. A missão do FMI vai regressar ao país nas próximas semanas para preparar a segunda avaliação.

NewsletterReceba a newsletter diária RFI: noticiários, reportagens, entrevistas, análises, perfis, emissões, programas.

Acompanhe toda a actualidade internacional fazendo download da aplicação RFI

Partilhar :
Página não encontrada

O conteúdo ao qual pretende aceder não existe ou já não está disponível.