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Emmanuel Macron "não vai recuar" perante mais um dia de paralisação geral em França

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Perante mais um dia de greve em que os sindicatos querem paralisar completamente o país, nem Emmanuel Macron, nem o seu Governo parecem dispostos a recuar na reforma do sistema de pensões que vai aumentar a idade fa reforma para 63 ou 64 anos no país, como disse Rafael Lucas, professor emérito da Universidade Bordéus, em entrevista à RFI.

A greve contra a reforma dos sistema de pensões em França tem mais uma jornada de luta esta terça-feira.
A greve contra a reforma dos sistema de pensões em França tem mais uma jornada de luta esta terça-feira. REUTERS - ERIC GAILLARD
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França cumpre esta terça-feira mais uma jornada de greve contra a reforma do sistema de pensões, com os sindicatos a quererem paralisar completamente o país. A educação, os transportes, mas também o sector energético serão os sectores mais visados, estimando-se, por exemplo, que 60% dos professores do ensino primário façam greve.

Rafael Lucas, professor emérito da Universidade Bordéus, considera que o movimento de greve se vai intensificar, mas que sem vontade política do Governo para negociar, se está a criar em França um sentimento de resignação e frustração face à possibilidade de se partir mais tarde para a reforma.

"A mobilização vai continuar, se calhar vai agudizar-se, vai ficar mais intensa, mas o governo não vai renunciar e, provavelmente, os grevistas e uma grande parte da população sentem que não haverá uma mudança na vontade do Presidente Emmanuel Macron. Há uma espécie de resignação que vai aparecer", declarou Rafael Lucas.

A lei que prevê a reforma do sistema de pensões está actualmente em análise no Senado, tendo sido já aprovados dois pontos importante que é o fim dos regimes especiais ou específicos para determinadas empresas público-privadas, que permitia a certos trabalhadores partirem mais cedo ou acumular outros benefícios, e o Index Senior, que vai servir para encorajar as empresas francesas a empregarem mais pessoas com mais de 55 anos.

Nestes protestos, Rafael Lucas defende que há "corporativismo", já que um dos pontos que o governo tem defendido é que todas as carreiras completas, ou seja 43 ou 44 anos de trabalho, vão originar reformas de pelo menos 1.200 euros, algo que não acontece actualmente.

"Acho que os sindicatos não podem bloquear o país, porque isto daria razão ao Presidente. E há outra dimensão nestas greves que é a dimensão corporativista de sectores da população que têm reforma privilegiadas em comparação com pequenas pensões de 800 euros de alguns, já que havia até agora sistemas específicos para diferentes empresas semi-públicas", disse o investigador.

Segundo Rafael Lucas, o protesto de hoje não servirá de grande coisa, já que Emmanuel Macron e o seu governo estão determinados a levar esta reforma até ao fim.

"Esta lei faz parte dos projectos fundamentais de Emmanuel Macron, acho que ele não quis apresentar esta lei no seu mandato, mas agora que está no segundo e último mandato, não vai recuar", concluiu o docente universitário.

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