Os Estados Bálticos querem que Bruxelas adopte uma política de asilo mais restritiva e que apoie financeiramente a construção de barreiras físicas nas linhas de fronteira. Este pedido surge depois da União Europeia ter votado novas sanções contra o regime de Alexander Lukashenko acusado de promover a crise migratória na fronteira entre a Polónia e a Bielorrússia e de querer dividir a Europa.
O director do Instituto Português de Relações Internacionais da Universidade Nova de Lisboa, Carlos Gaspar, defende que a "União Europeia e a Aliança Atlântica devem ser firmes na resolução da crise migratória".
"Haver uma posição clara da União Europeia e da Aliança Atlântica de que estão preparadas para apoiar os seus aliados e que possam por fim a esta manobra grosseira e barbara de Lukashenko e Putin", refere.
A União Europeia votou, ontem, novas sanções contra o regime de Alexander Lukashenko, acusado de promover a crise migratória na fronteira entre a Polónia e a Bielorrússia e de querer dividir a Europa.
Vários líderes europeus têm instado o Presidente russo a mediar a crise migratória. Esta segunda-feira, Vladimir Puntin telefonou ao seu homólogo bielorrusso para abordarem as ameaças de corte no fornecimento de gás à Europa.
Alexander Lukashenko garante estar a impor controlos adicionais para a entrada no país de modo a reduzir o fluxo migratório. O governo bielorrusso rejeitou as acusações que dão conta que a companhia aérea Belavia estivesse envolvida no transporte de migrantes.
“A nossa companhia de aviação é transparente e a qualquer momento pode apresentar a respectiva documentação, se para tal for solicitada. Venham, vejam e verifiquem”, disse o porta-voz da diplomacia de Minsk, classificando as acusações da UE como “completamente absurdas”.
A Letónia e Lituânia e a Estónia culpam o regime de Lukashenko de ser o responsável pela crise migratória e consideram que a Bielorrússia deve ser responsabilizada por "tráfico de seres humanos".
Estados Bálticos querem que Bruxelas adopte uma política de asilo mais restritiva e que apoie financeiramente a construção de barreiras físicas nas linhas de fronteira. Na semana passada, durante uma deslocação a Varsóvia, o presidente do Conselho Europeu, Charles Michel, referiu que a União Europeia poderia financiar um muro na fronteira com a Bielorrússia.
"Estamos perante um ataque híbrido brutal às fronteiras da União Europeia. Abrimos o debate acerca do financiamento de uma estrutura física na fronteira e a questão deve ser resolvida rapidamente, porque as fronteiras polacas e lituanas são fronteiras europeias”, afirmou.
A Alta Comissária dos Direitos Humanos declarou que a crise dos migrantes concentrados na fronteira entre a Bielorrússia e a Polónia constitui uma “situação intolerável”. Michelle Bachelet reclamou que o acesso à ajuda humanitária seja "imediato".
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