Artistas portugueses trazem a sua Lisboa a Paris no festival Lisbonne sur Seine

A iniciativa Lisbonne sur Seine, que se realiza na sexta-feira na capital francesa, convida os parisienses a conhecerem a contemporaneidade lisboeta através da dança, da música e das artes plásticas, numa oportunidade dos artistas portugueses mostrarem o seu ponto de vista sobre Lisboa, como explicou o ilustrador António Jorge Gonçalves em entrevista à RFI.

Imagem do filme "Lisboa, Perfeito Coração", que será mostrado no festival Lisbonne sur Seine, em Paris. © António Jorge Gonçalves

Na sexta-feira, em Paris, todos os caminhos vão dar a Lisboa, com uma noite dedicada à cultura portuguesa nas ruas da capital francesa.  António Jorge Gonçalves é autor de banda desenhada, ilustrador, cenógrafo e performer visual, e na sexta-feira dois dos seus filmes animados dedicados a Lisboa vão ser exibidos na Casa Europeia da Fotografia, no 4º bairro de Paris, contribuindo para esta noite com dois filmes, um sobre a história da cidade de Lisboa e como esta metrópole mudou ou não em 500 anos, e outro dedicado à cidade durante a pandemia.

"Os dois filmes são sobre Lisboa, sou um desenhador que começou por fazer banda desenhada e que depois evoluiu para trabalhar em performance, desenho ao vivo e filmes. Um dos filmes chama-se "Lisboa quem és tu?", é um filme construído de forma bastante ambiciosa porque tem a ver com a vivência dos lugares de Lisboa na actualidade e no passado, fiz uma pesquisa muito grande, [...] depois haverá um filme mais curto, que acabei de fazer, que se chama "Lisboa, perfeito coração", que é construído a partir de uma série de desenhos que andei a fazer na cidade nos últimos dois anos [...] e que como muitos desses desnehos acabaram por ser realizados no período pandémico, acabaram por ganhar esse peso", explicou o artista.

Para António Jorge Gonçalves faz sentido continuar a mostrar Lisboa, mesmo se é já um destino conhecido dos franceses, porque os artistas podem apresentar a sua visão pessoal e artística da cidade.

"Este Lisbonne sur Seine quer que os portugueses se desloquem a Paris e apresentem eles a maneira como vêm a sua própria cidade. É relativamente fácil qualquer um de nós deslocar-se para qualquer sítio do Mundo e construir a sua própria ideia desse sítio a partir da sua lente cultural, mas é só isso, só essa visão. De todas as vezes que estive em Paris construí a minha visão, mas isso não quer dizer que os parisienses não tenham ainda muito para me mostrar sobre Paris", indicou.

Esta noite decorre no âmbito da Temporada Cruzada entre França e Portugal e vai ser ainda marcada por um espéctaculo de dança de Olga Ortiz, uma performance do DJ Branko com projeções na fachada da Cãmara Municipal de Paris de artistas como Salomé Lamas e Add Fuel e ainda uma instalação de Bordalo II na Academia do Clima.