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Médio Oriente

Sete humanitários mortos em Gaza em ataque que Israel alega ter sido "não intencional"

Sete trabalhadores humanitários da ONG World Central Kitchen foram mortos ontem à noite num bombardeamento israelita contra o sector de Deir Al Balah, na Faixa de Gaza. As vítimas eram nomeadamente oriundas de Gaza, da Austrália, Polónia, Grã-Bretanha e Estados Unidos. O exército israelita alegou que este ataque não foi intencional, o Primeiro-Ministro Benjamin Netanyahu referindo que isso "acontece em situação de guerra" e que a ocorrência iria ser investigada.

Palestinianos transportam o corpo de um dos trabalhadores da ONG World Central Kitchen, mortos num ataque israelita na noite de 1 de Abril de 2024, na Faixa de Gaza.
Palestinianos transportam o corpo de um dos trabalhadores da ONG World Central Kitchen, mortos num ataque israelita na noite de 1 de Abril de 2024, na Faixa de Gaza. AP - Abdel Kareem Hana
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Em comunicado, a World Central Kitchen, ONG americana fundada por um "Chef" espanhol e uma das últimas organizações que continuavam a prestar apoio humanitário na Faixa de Gaza, indicou que apesar de actuar em coordenação com o exército israelita, uma coluna de veículos blindados seus foi atingida quando estava a sair da zona de Deir Al Balah, no centro do enclave, para ir distribuir 100 toneladas de alimentos.

"Trata-se não de um ataque contra a World Central Kitchen, mas também contra as organizações humanitárias que intervêm nas situações as mais complicadas onde os alimentos são utilizados como arma de guerra. Isto é imperdoável", considerou ainda a ONG que hoje informou "suspender as suas operações na região".

Reagindo praticamente em uníssono, várias organizações bem como os países de onde eram originárias as vítimas, nomeadamente a Grã-Bretanha, a Polónia e a Austrália pediram "explicações" a Israel.

Ao declararem-se de "coração destroçado", os Estados Unidos, tradicionais aliados do Estado Hebreu, reclamaram um inquérito "rápido e imparcial" das autoridades israelitas. Israel deve fazer "mais para proteger os civis inocentes" em Gaza, considerou o Secretário de Estado americano, hoje à margem de um encontro em Paris cujas autoridades também expressaram a sua "condenação firme" deste acontecimento.

Depois de o exército israelita admitir ter efectuado um ataque "não intencional", o chefe do governo, Benjamin Netanyahu também alegou que tinha sido "um trágico incidente" e que "isso acontece em situação de guerra". Ao garantir que as autoridades do seu país iriam "verificar até ao fim", Netanyahu garantiu ainda que "faria tudo para que isso nunca mais aconteça".

Reagindo igualmente a este ataque, o Hamas que controla a Faixa de Gaza, considerou que se tinha tratado de uma manobra visando "aterrorizar" os trabalhadores humanitários e dissuadi-los de continuar a sua missão no enclave.

Desde o início da guerra em Outubro do ano passado, depois do massacre de mais de 1.160 pessoas em Israel pelo Hamas, várias ONGs em Gaza têm afirmado que os seus funcionários ou as suas instalações foram atingidos pelos bombardeamentos israelitas que, segundo o Hamas, causaram quase 33 mil mortos no enclave.

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