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Médio Oriente

Adiamento da entrada em vigor da trégua temporária acordada entre Israel e o Hamas

Israel anunciou ontem que a trégua temporária e a libertação de parte dos reféns israelitas contra a libertação de presos palestinianos anunciadas ontem só deveriam entrar em vigor amanhã. De acordo com fontes palestinianas, este adiamento estaria relacionado com discussões ainda em curso sobre a identidade dos reféns a serem soltos e as modalidades da sua libertação. Enquanto isso, em Gaza, a ofensiva israelita continua e a população continua à espera de ajuda humanitária.

Em Rafah, no sul da Faixa de Gaza, neste dia 23 de Novembro de 2023.
Em Rafah, no sul da Faixa de Gaza, neste dia 23 de Novembro de 2023. REUTERS - IBRAHEEM ABU MUSTAFA
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Enquanto a trégua não é cumprida, os próximos dos reféns israelitas continuam à espera de rever os seus familiares e do outro lado da fronteira, os habitantes da Faixa de Gaza, dos quais 1,7 milhões foram deslocados, continuam também à espera de um apoio que chega ao conta-gotas.

Desde os ataques do Hamas de 7 de Outubro que causaram 1200 mortos em solo israelita, o Estado Hebreu lançou uma ofensiva sobre a Faixa de Gaza que causou cerca de 14 mil mortos, segundo um novo balanço do Hamas.

No âmbito desta ofensiva, foi cortado o fornecimento de electricidade, combustível e água, os habitantes do território vivendo em condições precárias.

Nos últimos 50 dias, Aya e a sua família têm vivido em condições deploráveis no pátio de uma escola que, como todas as outras escolas da faixa de Gaza, foi transformada num centro de acolhimento de deslocados. "É tão difícil... É um sofrimento permanente. Eu acordo todas as manhãs às 5h30 e fico na fila até as 7h ou 8h, para ter acesso aos banheiros para limpar meus filhos. Tenho três meninos e uma menina... Aqui não há higiene", declara Aya.

"As nossas crianças são dizimadas pelas bombas israelitas e pelas doenças", alerta Mohamed Qandil, médico em Khan Younès, no sul do enclave ao sublinhar que "há uma propagação de vírus e bactérias. Teme-se o aparecimento da cólera. Não houve casos até agora, mas o risco está bem presente. Temos casos de varicela, de gripe. Haverá epidemias".

De acordo com o Hamas que controla a faixa de Gaza, 200 a 300 camiões de ajuda humanitária, nomeadamente oito com combustível e gás devem poder entrar no enclave a partir do momento em que se cumpra a trégua temporária anunciada ontem. Esta ajuda é insuficiente, sublinham ONGs internacionais que reclamam um verdadeiro cessar-fogo.

Em colaboração com o correspondente da RFI em Jerusalém, Sami Boukhelifa.

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