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Israel forma governo de unidade nacional em plena contra-ofensiva

O primeiro-ministro israelita Benjamin Netanyahu e o seu principal adversário político, Benny Gantz, anunciaram ter chegado a um acordo para a formação de um governo de emergência e de um gabinete de guerra. No seu comunicado conjunto, eles referem que outro líder de oposição, o centrista Yaïr Lapid, que não está incluído no acordo, terá contudo um lugar "reservado" nesse gabinete que, segundo os dirigentes, vai dirigir o país enquanto durar a guerra.

Primeiro-ministro israelita Benyamin Netanyahu, no dia 10 de Setembro 2023 em Jerusalem.(foto de ilustração)
Primeiro-ministro israelita Benyamin Netanyahu, no dia 10 de Setembro 2023 em Jerusalem.(foto de ilustração) AP - Ohad Zwigenberg
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Os líderes políticos israelitas anunciaram ter chegado a um acordo para um governo de unidade nacional, no quinto dia de conflito aberto com o Hamas. De acordo com o comunicado conjunto de Netanyahu e Gantz, este gabinete de emergência abrange ambos os líderes, o ministro da Defesa, Yoav Gallant, cinco membros do partido de Benny Gantz, assim como outro líder da oposição, Yaïr Lapid, antigo Primeiro-Ministro e chefe do partido centrista Yesh Atid.

Este anúncio suspende até nova ordem o projecto de reforma da justiça que dividiu o país nestes últimos meses, a palavra de ordem sendo "Israel em primeiro lugar" segundo Gantz.

No terreno, no quinto dia de violência, a guerra não conhece tréguas

O Hamas e o Hezbollah do Líbano anunciaram numerosos tiros de roquetes contra Telavive, Ashdod e Ashkelon, no centro e no sul de Israel. Em Gaza, as represálias também continuam com o bloqueio ao enclave, o corte da luz, da água e da alimentação, um cerco que, recorda a ONU, é contrário ao Direito Internacional Humanitário.

O exército israelita refere continuar os seus bombardeamentos, em particular contra bairros da cidade de Gaza de onde acredita que terão partido os ataques. Tsahal anunciou igualmente ter chamado pelo menos 300.000 reservistas para participarem numa contra-ofensiva que poderia assumir os contornos de uma operação terrestre.

Segundo os últimos balanços estabelecidos oficialmente, este conflito causou desde sábado mais de 1.200 mortos e 2.700 feridos do lado israelita, sendo que do lado palestiniano, são contabilizados uns 1.055 mortos e mais de 5.000 feridos, de acordo com as autoridades sanitárias da Faixa de Gaza.

No cômputo das vítimas deste conflito, também figuram estrangeiros. A Primeira-ministra francesa confirmou hoje que 10 franceses morreram, 18 são dados como desaparecidos e que "várias crianças" francesas "foram provavelmente raptadas" pelo Hamas. Noutros pontos do globo, outros países também dão conta de vítimas: a Tailândia contabiliza 20 mortos, os Estados Unidos, 14 mortos, o Nepal, 10 mortos, a Argentina 7 mortos, a Rússia, 4 mortos, para citar apenas alguns.

Vários países estão a organizar-se para evacuar os seus respectivos cidadãos bloqueados em Israel e nos territórios palestinianos, nomeadamente Portugal que já evacuou mais de 150 pessoas, a França, a Alemanha, o Brasil, ou ainda a Nigéria, num contexto em que a ONU indica que o conflito já provocou pelo menos 180.000 deslocados.

A nível político, continuam a afluir as reacções a este conflito

Hoje, um eleito norte-americano, Michael McCaul, chefe da comissão dos negócios estrangeiros da câmara dos representantes, disse que o Egipto tinha alertado Israel dos riscos de violência três dias antes do ataque do Hamas. O Presidente russo, que até agora não se tinha pronunciado, acusou os Estados Unidos de ter fracassado em resolver esse conflito. O Presidente turco considerou que a resposta de Israel ao ataque do Hamas, com o bloqueio e o bombardeamento de Gaza, equivale a um "massacre". Por sua vez, a Alemanha cujo chanceler deve avistar-se amanhã com o Emir do Qatar apelou este país e os restantes Estados da região tentar fazer mediação para obter a libertação dos reféns capturados pelo Hamas no fim-de-semana.

Aqui em França, a presidência anunciou uma reunião amanhã entre Emmanuel Macron, a Primeira-ministra, os dirigentes da Assembleia Nacional e do Senado, bem como os líderes dos partidos com assento parlamentar para abordar a situação no Médio Oriente, num contexto em que as autoridades francesas receiam uma "importação" do conflito em território francês. Após este encontro, o Presidente francês deve dirigir-se à Nação às 20 horas.

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