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Turquia / NATO

Turquia avança com negociações antes da cimeira da NATO na Finlândia

O Presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, admitiu esta segunda-feira que Ancara pode vir a aprovar a adesão da Suécia à Aliança Atlântica se os países europeus "abrirem caminho" para a Turquia entrar na União Europeia. A próxima cimeira da NATO decorrerá entre amanhã e quarta-feira em Vílnius, na Lituânia. Entretanto, Erdogan encontra-se ainda hoje com o primeiro-ministro sueco.

O Presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, admitiu esta segunda-feira que Ancara pode vir a aprovar a adesão da Suécia à Aliança Atlântica se os países europeus "abrirem caminho" para a Turquia entrar na União Europeia.
O Presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, admitiu esta segunda-feira que Ancara pode vir a aprovar a adesão da Suécia à Aliança Atlântica se os países europeus "abrirem caminho" para a Turquia entrar na União Europeia. AP - Ali Unal
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O presidente turco Recep Tayyip Erdogan encontrar-se-á com o primeiro-ministro sueco Ulf Kristersson ao fim desta segunda-feira, numa última tentativa para desbloquear a potencial adesão daquele país escandinavo à NATO, que tem sido vetada por Ancara. Uma reunião na semana passada entre os ministros dos estrangeiros dos dois países, com o secretário-geral da NATO Jens Stoltenberg, foi positiva, mas não conseguiu alcançar a luz verde tão desejada por Estocolmo.

Ancara acusa a Suécia de não limitar as manifestações anti-islão, e também manifestações curdas de apoio ao PKK, Partido dos Trabalhadores do Curdistão, separatista curdo. O PKK é classificado como organização terrorista por Ancara, e também por Washington e pela própria NATO, e por isso Ancara não compreende porque Estocolmo permite manifestações em que bandeiras do PKK são regularmente desfraldadas. O governo sueco tomou uma série de medidas exigidas por Ancara, incluindo a adopção de uma nova lei antiterrorista, a extradição de indivíduos procurados por Ancara, e a investigação de diversos grupos que usavam extorsão na diáspora curda na Suécia para financiar actividades do PKK. O governo de Estocolmo, de direita, eleito no outono do ano passado, colocou a adesão à NATO como uma das suas principais prioridades, e até se colocou contra as ditas manifestações, mas estas acabam sempre por ser autorizadas pela justiça sueca, de acordo com o princípio da liberdade de expressão e de protesto.

A Suécia pediu a adesão à NATO em Junho do ano passado, juntamente com a Finlândia, depois de ultrapassar uma oposição turca, após a assinatura de um acordo tripartido onde os dois países escandinavos se comprometiam a tomar uma serie de medidas exigidas por Ancara. A Turquia ratificou a adesão da Finlândia em Abril deste ano, mas mantém o seu veto sobre a Suécia devido às tais manifestações.

Também o parlamento húngaro ainda não ratificou a adesão da Suécia, mas o governo de Budapeste já disse que o faria assim que Ancara mudasse a sua opinião. Mesmo que haja progressos na reunião de hoje, não haverá tempo de confirmar a adesão plena antes da cimeira da NATO, que contará assim com 31 membros. Espera-se, porém, algum progresso nas negociações e uma expressão de intenções por parte de Ancara para uma adesão da Suécia a curto prazo.

À partida para Vílnius, o presidente turco disse também que a União Europeia deveria desbloquear a adesão da Turquia ao bloco europeu, o que desbloquearia por sua vez a adesão da Suécia à NATO. Esta exigência não conta do acordo tripartido. Erdogan tem também tentado obter de Washington aviões F-16, um contrato actualmente bloqueado pelo Congresso americano. Vários observadores sugerem que Ancara só dará a sua luz verde à adesão da Suécia quando conseguir esta concessão dos americanos.

Entretanto o Chanceler alemão, Olaf Scholz, reagiu às declarações do mandatário turco e diz que Recep Tayyip Erdogan não deve ser condicionada pelo impasse da adesão da Turquia à União Europeia, depois de Ancara ter sugerido a ligação entre as duas questões. "A Suécia cumpre todos os requisitos para aderir à NATO", disse Scholz aos jornalistas em Berlim. "A outra questão não está relacionada com ela e é por isso que não acho que deva ser vista como uma questão relacionada".

Ouça aqui a correspondência de José Pedro Tavares, correspondente na Turquia.

01:55

Correspondência da Turquia, 10/07/2023

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