Alexei Navalny denuncia "paródia cínica" da justiça russa
Esta quarta-feira, começam as audiências de dois líderes da oposição russa, Alexei Navalny e Yevgueni Roizman. Alexei Navalny está preso desde 2021, quando regressou à Rússia depois de ter sido tratado na Alemanha por um envenenamento que ele atribuiu a Moscovo. Agora, Navalny incorre numa pena de 35 anos de prisão por “extremismo” e denuncia uma "paródia cínica" da justiça russa.
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São dois dos principais rostos da oposição russa e começam hoje a ser julgados. Alexei Navalny é julgado por “extremismo” por liderar o entretanto ilegalizado Fundo de Luta contra a Corrupção e Yevgueni Roizman por “desacreditar" o exército russo sobre a guerra na Ucrânia.
Alexei Navalny está preso desde 2021, ano em que regressou à Rússia depois de ter sido tratado na Alemanha por um envenenamento que atribuiu a Moscovo. O opositor está a cumprir uma pena de oito anos após condenação por vários crimes económicos e a sua equipa de defesa suspeita que ele esteja a ser envenenado na prisão e pede que lhe sejam feitos exames toxicológicos e radiológicos. Navalny perdeu recentemente oito quilos e vai assistir à audiência por videoconferência. Neste novo caso contra si, o ministério público russo vai pedir uma condenação a 35 anos de cadeia por "extremismo".
Em declarações transmitidas pela equipa de defesa antes do início da audiência, Alexei Navalny denunciou como “absurdas” as acusações contra ele e falou em "paródia cínica" da justiça russa. O opositor acrescentou que a próxima etapa contra ele vai ser condená-lo à prisão perpétua. A defesa também denunciou não ter tido o acesso ao dossier e às acusações exactas do seu cliente.
Também esta quarta-feira, começou o julgamento de Yevgueni Roizman, o único opositor do Kremlin que liderou a câmara municipal de uma cidade de mais de um milhão de habitantes, Ekaterimburgo. Yevgueni Roizman declarou-se inocente no início da audiência. Ele é acusado de “desacreditar o exército” russo sobre a guerra na Ucrânia. Quando criticou abertamente o presidente Vladimir Putin e sua ofensiva na Ucrânia, Roizman disse que tinha consciência que poderia ser preso a qualquer momento.
Em 2013, ele tornou-se no primeiro autarca opositor de maior destaque na Rússia e permaneceu por cinco anos no poder em Ekaterimburgo. Em Agosto do ano passado, as autoridades abriram uma investigação contra ele por acusações de "desacreditar" o exército russo em comentários sobre a guerra na Ucrânia.
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