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Israel

Maior sindicato de Israel apela à greve geral "imediata" contra reforma judicial

Israel está mergulhado na maior crise política dos últimos tempos, com dezenas de milhares de pessoas a manifestarem contra a polémica reforma da justiça encaminhada pelo governo de Benjamin Netanyahu, numa altura em que o processo de validação da reforma está a chegar praticamente ao fim. A exoneração este fim-de-semana do ministro da Defesa depois de apelar à sua suspensão provocou protestos e, hoje, a maior central sindical do país apelou à greve geral "imediata".

Greve geral convocada em Israel neste dia 27 de Março de 2023.
Greve geral convocada em Israel neste dia 27 de Março de 2023. © Captura de ecrã
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"A partir do fim desta conferência de imprensa, o Estado de Israel vai parar. Temos a missão de bloquear o processo legislativo e vamos fazê-lo", anunciou em comunicação à imprensa o líder da Histadrut, maior central sindical de Israel, ao lançar um apelo para que o governo de Benjamin Netanyahu retire imediatamente o seu projecto de reforma da justiça.

Este pacote legislativo prevendo nomeadamente que uma lei chumbada pelo Supremo Tribunal possa ser, ainda assim, validada pela Knesset ao ser novamente submetida aos parlamentares, tem estado a ser analisado nestas últimas semanas em clima de intensa divisão e tensão na sociedade israelita. Uma tensão que subiu mais um patamar, com novas manifestações, depois de Netanyahu demitir o seu ministro da Defesa, por este último apelar no sábado à suspensão da reforma.

Perante esta situação, o Presidente Isaac Herzog, cujas prerrogativas são meramente protocolares, saiu da sua reserva e apelou o primeiro-ministro a voltar atrás na decisão de demitir Yoav Gallant. "O Estado de Israel não pode neste momento, perante ameaças de todas as frentes, dar-se ao luxo de mudar de ministro da Defesa", disse o Presidente ao apelar o governo a "parar imediatamente" o trabalho legislativo em torno da reforma.

Também alarmados, os grandes aliados de Israel, os Estados Unidos declararam-se "profundamente preocupados" e sublinharam a "necessidade urgente de um compromisso". Em França, país onde reside a maior comunidade judaica do mundo a seguir a Israel e aos Estados Unidos, o Conselho Representativo das Instituições Judaicas (CRIF) apelou o executivo israelita a "suspender a reforma", de modo a "restabelecer o mais rapidamente possível a calma e o diálogo com toda a sociedade".

O governo israelita está contudo perante uma encruzilhada. A coligação de direita e extrema-direita que o sustenta está dividida, com o ministro do Interior, Itamar Ben Gvir, a ameaçar sair do executivo se Netanyahu ceder, colocando em questão a própria maioria governamental.

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