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Guerra na Ucrânia

A difícil reconstrução da cidade devastada de Izium

Izium, no leste da Ucrânia, foi até agora uma das cidades mais devastadas da Ucrânia pela guerra. Palco de uma dura batalha que acabou por levar a seis meses de ocupação russa, 80 % dos seus edifícios estão destruídos. Quando os ucranianos reconquistaram o controlo da cidade, encontraram valas comuns com mais de 400 civis mortos. A reconstrução praticamente não existe.

A destruição na cidade de Izium devido aos ataques russos.
A destruição na cidade de Izium devido aos ataques russos. REUTERS - ZOHRA BENSEMRA
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Quando em Setembro, os russos saíram de Izium, a Ucrânia sentiu uma mudança. Tinha sido reconquistada uma cidade que esteve seis meses sob ocupação russa, que sucedeu a um mês de sucessivos bombardeamentos.

É muito difícil encontrar hoje um edifício que não tenha sido destruído, se não totalmente pelo menos em parte. Pode dizer-se com propriedade que esta cidade de 50 mil pessoas foi arrasada. Os números oficiais mais recentes apontam agora para uma população estimada em 22 mil habitantes, dos quais 15 mil permaneceram durante a ocupação russa, mas mesmo andando pela cidade é difícil ver onde estão todas essas pessoas.

O edifício da Câmara Municipal foi destruído, funcionando agora nas únicas instalações administrativas que resistiram - o departamento de educação. Metade das 11 escolas foram destruídas. Como em muitas localidades na Ucrânia, as crianças têm aulas remotas neste momento. O hospital, bombardeado no inicio da ofensiva, continuou sempre a funcionar.

Valeri Marchenko, presidente da câmara, diz-nos que a prioridade foi restabelecer a eletricidade e as condições básicas para atravessar o inverno. A reconstrução está globalmente parada.

A reconstrução em massa ainda não está em curso. Há muitas organizações estrangeiras que nos procuram, mas as coisas estão ainda muito em negociação. Não começámos ainda a reconstruir porque tivemos que deixar passar o Inverno. Tivemos ajudas a mudar janelas e algumas fachadas. Tivemos ajudas de organizações como a Cruz Vermelha e as Nações Unidas e de países como a República Checa ou a Suiça”, afirma o autarca. 

O presidente da câmara pede mais ajuda internacional e diz que pouco importa a forma como o apoio chega.

Não vamos conseguir reconstruir a cidade só com as nossas mãos”, insiste. 

Pela amostra, são centenas de prédios que vão ter que ser demolidos antes que algum edificio seja construído numa zona cuja economia assenta na agricultura e em duas grandes fábricas, uma delas militar , que foi destruída nesta guerra. 

Isto para não falar da reconstrução emocional da cidade. Mais de 400 corpos foram encontrados numa vala comum, apenas cerca de duas dezenas eram militares. Há ainda um numero indeterminado de desaparecidos, incluindo crianças cujo paradeiro é desconhecido. As autoridades admitem que estas foram provavelmente levadas para a Rússia.

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