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Ucrânia

Em Kharkiv, no nordeste da Ucrânia, o apoio humanitário continua a ser insuficiente

Apesar de já não estar com as tropas russas à porta da cidade desde há 6 meses, Kharkiv no nordeste da Ucrânia continua a precisar de apoio humanitário, sobretudo nas aldeias fora do perímetro urbano. Muitas delas foram ocupadas pelos russos e agora dependem de ajuda de organizações como a Caritas para fazer chegar não apenas alimentos, mas também medicamentos. Como constata o repórter José Pedro Frazão, estas populações precisam também de um apoio médico que se revela insuficiente.

Uma pessoa entra num edifício residencial atingido por um bombardeamento russo no centro da cidade de Kharkiv, no leste da Ucrânia, no dia 5 de Fevereiro de 2023.
Uma pessoa entra num edifício residencial atingido por um bombardeamento russo no centro da cidade de Kharkiv, no leste da Ucrânia, no dia 5 de Fevereiro de 2023. AP - Andrii Marienko
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Às 9 horas da manhã, já está formada uma fila à porta da Caritas de Kharkiv. São deslocados internos que vivem na cidade e aqui procuram medicamentos e alimentação.

Olga, uma farmacêutica que se fez voluntária na segunda cidade da Ucrânia, revela que os deslocados têm pouco acompanhamento médico para além do apoio clínico que é dado pelas organizações humanitárias.  “Não há muitos médicos porque foram embora ou estão em zonas de guerra”, explica.

Estes são apenas os que estão na cidade, mas pelas vilas e aldeias, há milhares de pessoas assistidas por diversas organizações. A Caritas Spes da Ucrânia, ligada à Igreja Católica Romana, auxilia diariamente 2 mil a 3 mil pessoas. Em articulação com outras organizações da Noruega, República Checa e Polónia, prestam apoio alimentar mas também consultas médicas. Na zona rural da região entregam uma caixa por família com arroz, carne, açúcar, chá, chocolate, que tem que durar para 2 meses.

Embora a situação esteja mais calma, já não existem tropas russas nesta zona, persistem os perigos de ataque aéreo a 40 quilómetros da fronteira. Durante o dia, as sirenes tocam meia dúzia de vezes. Ninguém sabe o dia de amanhã.

“Cada dia é um novo dia. Quando acordo dou graças a Deus por estar aqui” diz o padre Wojciech Stasiewicz, um polaco que dirige a Caritas de Kharkiv. Nos tempos mais duros chegou a interromper missas por bombardeamentos junto à Igreja. O número de missas dominicais desceu de 4 para apenas uma.

Desconfiado da calmaria no centro da cidade, ainda assim nunca divulga a hora dessa missa de Domingo. “Comunico-as as ao telefone e vai de boca em boca para não haver riscos”, confessa o padre que coordena toda a operação local da Caritas.

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