Timor-Leste: Ximenes Belo suspeito de ter cometido abusos sexuais
O ex-administrador apostólico de Díli e Nobel da Paz, D. Ximenes Belo, terá cometido durante vários anos abusos sexuais. A informação é avançada esta quarta-feira, 28 de Setembro, pela publicação holandesa De Groene Amsterdammer que publica testemunhos de alegadas vítimas de abusos sexuais. O Vaticano afirma que o caso está com os órgãos competentes da Santa Sé.
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Em declarações à agência de notícias Lusa, Marco Sprizzi, representante máximo do Papa e do Vaticano em Timor-Leste, disse que o caso que envolve suspeitas de abusos sexual de menores pelo ex-administrador apostólico de Díli Ximenes Belo está com os órgãos competentes da Santa Sé, sem confirmar se o prelado foi ou não investigado.
"Pessoalmente não posso nem confirmar nem desmentir porque é uma questão de seriedade da minha parte, visto a competência ser dos meus superiores na Santa Sé", disse.
Marco Sprizzi referiu que o "assunto está diretamente com o Vaticano e a Santa Sé. A Igreja local e a Nunciatura não têm mais competência direta", sublinhou.
O ex-Bispo de Díli e Nobel da Paz, D. Ximenes Belo, terá cometido durante vários anos abusos sexuais. A informação é avançada esta quarta-feira, 28 de Setembro, pela publicação holandesa De Groene Amsterdammer que publica testemunhos de alegadas vítimas.
“Durante anos, o vencedor do Prémio Nobel da Paz, o Bispo Carlos Filipe Ximenes Belo, abusou sexualmente de menores”, pode ler-se na versão online da publicação holandesa “De Groene Amsterdammer”.
Durante a investigação foram ouvidas várias vítimas e dezenas de pessoas com conhecimento do caso, nomeadamente, “membros do governo, políticos, sociedade civil e elementos da igreja”.
De acordo com a publicação, as primeiras investigações remontam a 2002, quando um timorense denunciou que o seu irmão tinha sido abusado.
Duas das alegadas vítimas entrevistadas pela publicação “Paulo e Roberto” descrevem as situações de abuso cometidas por Ximenes Belo, na década de 1990, e dizem conhecer outras vítimas.
Segundo a revista De Groene Amsterdammer, vários jornalistas tentaram noticiar o caso, mas a notoriedade do bispo acabou por abafar os escândalos.
A publicação que não há detalhes públicos sobre se as denúncias chegaram a ser formalizadas quer junto das autoridades policiais quer junto do Vaticano.
Em 2020, Ximenes Belo anunciou a resignação do cargo, alegando, problemas de saúde. No entanto, as razões da saída de Ximenes Belo de Timor-Leste nunca foram clarificadas pelo Vaticano, o assunto tornou-se um tabu no país.
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