Acesso ao principal conteúdo
#União Europeia

Eurodeputados querem fim dos motores térmicos em 2035

O Parlamento Europeu aprovou, na quarta-feira, a proposta de Bruxelas de reduzir para zero as emissões de CO2 de automóveis novos a partir de 2035, ou seja, passa a autorizar, na prática, apenas a venda de veículos eléctricos. A aprovação aconteceu apesar da forte oposição da direita.

Parlamento Europeu, Estrasburgo, 8 de Junho de 2022.
Parlamento Europeu, Estrasburgo, 8 de Junho de 2022. © FREDERICK FLORIN/AFP
Publicidade

Este é um texto que faz parte do ambicioso pacote climático da União Europeia. O objectivo é acabar com os motores térmicos em 2035 e atingir a neutralidade de carbono em 2050.

Com 339 votos a favor, 249 votos contra e 24 abstenções, os eurodeputados validaram a regulamentação das emissões de CO2 dos automóveis e carrinhas e aprovaram a proposta de Bruxelas de reduzir para zero as emissões de CO2 de carros novos a partir de 2035. Na prática, é o mesmo que apenas autorizar a venda de veículos eléctricos.

Esta votação mostra a posição dos eurodeputados antes das suas negociações com os Estados-Membros para finalizar um compromisso. Porém, o Parlamento não chegou a um acordo sobre uma reforma do mercado de carbono.

Os automóveis representam pelo menos 12% das emissões de CO2 na União Europeia.

O texto adoptado retoma os objectivos propostos por Bruxelas: redução de 15% das emissões dos automóveis até 2025 e 55% em 2030.

O objectivo de "zero emissões" de CO2 oriundas dos automóveis deu origem a uma apertada batalha, face à oposição da direita, nomeadamente do PPE, a força líder no Parlamento, que alertou que impor zero emissões é "condenar toda uma parte da actividade industrial e penalizar fortemente os consumidores". O PPE ainda tentou, sem sucesso, uma emenda a propor uma redução de 90% nas emissões até 2035. Isso teria permitido continuar a vender carros híbridos, mas a emenda não foi adoptada. 

A direita também queria que se tomasse em consideração o carbono emitido para a produção de um carro e também não conseguiu fazer aprovar uma emenda sobre o uso de "combustíveis sintéticos" e outros biocombustíveis considerados menos intensivos em carbono do que os combustíveis fósseis. Ou seja, a direita considerou que é "uma decisão contra o mercado, contra a inovação e as tecnologias modernas".

Por sua vez, os Verdes queriam antecipar a proibição dos motores térmicos para 2030, pelo que também não ficaram convencidos.

Ainda assim, o texto prevê que os veículos de luxo (entre 1.000 e 10.000 automóveis de passageiros matriculados por ano) beneficiem de uma isenção que lhes permite serem equipados com motor térmico até 2036.

Esta foi uma decisão com a qual se congratula Francisco Ferreira, presidente da ong ambientalista portuguesa Zero.

Para ele o ar poderá ficar mais respirável com a adopção desta medida, com a legislação portuguesa até ao momento a não ir tão longe, ainda tolerando os veículos híbridos plug in (com uma outra componente para além da eléctrica), sendo que em Portugal a percentagem de emissão de dióxido de carbono da circulação rodoviária é superior à média europeia (25% em Portugal contra 12% para a média europeia).

05:11

Francisco Ferreira, presidente da ong ambientalista portuguesa Zero, 9/6/2022

NewsletterReceba a newsletter diária RFI: noticiários, reportagens, entrevistas, análises, perfis, emissões, programas.

Acompanhe toda a actualidade internacional fazendo download da aplicação RFI

Partilhar :
Página não encontrada

O conteúdo ao qual pretende aceder não existe ou já não está disponível.