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#Guerra na Ucrânia

Ucrânia: Combates entre exército ucraniano e forças russas em Kiev

Na madrugada deste sábado, começaram confrontos entre o exército ucraniano e as forças russas em Kiev. Os combates foram registados na Avenida da Vitória, uma das principais artérias da capital, horas depois do Presidente ucraniano ter afirmado que "esta noite, vão tentar tomar Kiev".

Kiev, capital da Ucrânia, madrugada de 26 de Fevereiro de 2022.
Kiev, capital da Ucrânia, madrugada de 26 de Fevereiro de 2022. REUTERS - GLEB GARANICH
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Dois dias depois da invasão da Ucrânia decidida pelo Presidente da Rússia, esta madrugada foram registados confrontos entre o exército ucraniano e as forças russas, em Kiev, pelo controlo da capital.

Os combates decorriam na Avenida da Vitória, uma das principais artérias da capital, horas depois do Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, ter afirmado, num vídeo publicado no site da presidência, que "esta noite, vão tentar tomar Kiev" e depois de ele ter apelado à mobilização.

Pelas 03:00 TMG, o serviço de comunicações especiais ucraniano indicou que “decorrem violentos combates em Kiev”. No Facebook, o exército ucraniano afirmou ter destruído uma coluna de cinco veículos militares russos, incluindo um blindado, perto da estação de metropolitano Beresteiska, na avenida da Vitória, uma das principais ruas na zona noroeste de Kiev.

Cerca de duas horas e meia antes, o serviço de comunicações especiais ucraniano anunciava que forças russas estavam a tentar atacar uma central eléctrica no bairro Troieshchyna, no nordeste de Kiev.

Os residentes da cidade foram aconselhados a ficar em abrigos ou, se estiverem em casa, a não se aproximarem das janelas. A sirene de alerta antiaéreo soou, ao amanhecer, também em Kharkiv, uma grande cidade no leste da Ucrânia, próxima da fronteira com a Rússia.

O exército ucraniano também anunciou "combates violentos" a 30 quilómetros a sudoeste da capital, onde os russos "estavam a tentar largar para-quedistas".

Veto russo na ONU

Dois dias depois da invasão, há já cerca de 100.000 deslocados e 50.000 já deixaram a Ucrânia, de acordo com a ONU que é incapaz de condenar Moscovo. Esta sexta-feira, a Rússia vetou uma resolução do Conselho de Segurança sobre a sua “agressão contra a Ucrânia”, que exigia a retirada “imediata” das suas tropas do país. Dos 15 membros do Conselho, 11 países votaram a favor e três abstiveram-se: a China, a India e os Emirados Árabes Unidos.  O Presidente ucraniano escreveu no Twitter que o veto russo “é uma mancha de sangue na placa do Conselho de Segurança”. Por todo o mundo, assiste-se a manifestações de apoio à Ucrânia.

Entretanto, o Brasil e a Argentina abstiveram-se de apoiar uma declaração da Organização dos Estados Americanos a condenar a invasão russa da Ucrânia. O voto decorreu numa sessão extraordinária, em que Moscovo e Kiev participaram como observadores permanentes. Vinte e um membros da organização “condenam energicamente a invasão ilegal, injustificada e não provocada pela Ucrânia por parte da Federação russa e pedem a retirada imediata da presença militar”.

Presidente russo pede aos militares ucranianos para voltar costas ao governo

O Presidente russo, Vladimir Putin, prossegue determinado com a sua ofensiva até conseguir a mudança de regime na Ucrânia e conseguir tirar do poder aqueles que qualificou de “drogados” e “neonazis”.

Putin pediu, entretanto, aos militares ucranianos para voltarem as costas ao governo, dizendo: “Assim será mais fácil as negociações entre vocês e eu”.

Depois da fuga de muitos residentes na quinta-feira, o centro de Kiev, que habitualmente conta cerca de três milhões de pessoas e agora sob recolher obrigatório, parece uma cidade-fantasma.

A invasão provocou a fuga de milhares de ucranianos que se dirigem, nomeadamente, para a Polónia, a Hungria e a Roménia.

Os dirigentes da NATO reuniram-se, na sexta-feira, por videoconferência. O Presidente norte-americano disse que não cederá “nenhum pedaço de território da NATO” e anunciou a mobilização de mais 7.000 militares para a Alemanha.

Sanções contra Vladimir Putin e Sergueï Lavrov

 Para já, os países ocidentais reforçaram as sanções contra a Rússia, depois de terem restringido o seu acesso aos mercados financeiros e às tecnologias. Esta sexta-feira, foram impostas sanções ao próprio Presidente russo, Vladimir Putin, e ao seu ministro dos Negócios Estrangeiros, Sergueï Lavrov.

A ofensiva russa começou na madrugada de 24 de Fevereiro, depois do reconhecimento, três dias antes, da independência de dois territórios separatistas ucranianos do Donbass. Vladimir Putin usou como justificação um alegado « genocídio » de Kiev nestes dois territórios e denunciou a política “agressiva” da NATO. O Presidente russo disse, ainda, que a "operação militar especial" na Ucrânia visa "desmilitarizar e 'desnazificar'" o seu vizinho e que durará o tempo necessário, dependendo de seus "resultados" e "relevância".

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