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Ucrânia

Crise ucraniana: manobras militares conjuntas entre a Rússia e a Bielorrússia

A Rússia e a Bielorrússia anunciaram hoje que vão realizar exercícios militares conjuntos no próximo mês em território bielorrusso, no intuito de “impedir uma agressão exterior”, num contexto de grande tensão a nível regional, face ao receio da invasão da Ucrânia por Moscovo.

Militares russos à chegada para exercícios conjuntos na Bielorrússia. Fotografia divulgada neste dia 18 de Janeiro de 2022 pelo Ministério da Defesa da Bielorrússia.
Militares russos à chegada para exercícios conjuntos na Bielorrússia. Fotografia divulgada neste dia 18 de Janeiro de 2022 pelo Ministério da Defesa da Bielorrússia. AFP - HANDOUT
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Numa altura em que circulam já informações de que tropas e equipamentos militares já estão a ser encaminhados para a fronteira entre os dois países, com a Bielorrússia a acusar a Polónia, a Ucrânia e a NATO de movimentos de tropas ameaçadores junto das suas fronteiras, o ministério da defesa daquele país explicou que estas manobras “improvisadas” têm por objectivo “afinar os mecanismos visando aniquilar e repelir uma agressão externa no âmbito de uma operação defensiva, lutar contra o terrorismo e proteger os interesses" da Rússia e da Bielorrússia.

Sem especificar exactamente quantos militares estes exercícios conjuntos deveriam envolver, essa mesma entidade indicou que deveriam desenrolar-se em duas fases. Num primeiro tempo, até ao dia 9 de Fevereiro, devem ser destacados militares para “zonas ameaçadas” e, em seguida, entre os dias 10 e 20 de Fevereiro, deverão decorrer as manobras propriamente ditas em várias bases militares bielorrussas.

Aludindo a esta perspectiva, a Rússia, especificou por sua vez que vai enviar 12 caças em território bielorrusso, duas unidades de sistemas de defesa aérea S-400 e mísseis Pantsir.

Estas manobras estão a ser organizadas numa altura em que a tensão está ao rubro com a vizinha Ucrânia, os ocidentais acusando Moscovo de ter enviado para a zona que faz fronteira com aquele país mais de cem mil militares no intuito de o invadir, depois de já ter anexado a região ucraniana da Crimeia em 2014.

Na sequência do fracasso dos contactos na semana passada entre a Rússia e por outro lado os Estados Unidos bem como os países da NATO, continua o bailado diplomático para resolver a crise ucraniana.

A Rússia reclama que a NATO que já se alargou a certos países que pertenciam ao antigo bloco de leste como a Polónia, a Letónia e a Lituânia, desista do seu projecto de integrar a Ucrânia e a Geórgia. Exigências inaceitáveis do ponto de vista dos países da Aliança Atlântica, muito embora digam igualmente pretender continuar a privilegiar a via diplomática.

Este foi igualmente o teor das declarações do secretário de Estado americano Antony Blinken ao partir hoje rumo à Ucrânia onde deverá uma vez mais afiançar o apoio total dos Estados Unidos àquele país, ainda antes de se avistar na quinta-feira em Berlim com o Reino Unido, a França e a Alemanha sobre este dossier.

Esta terça-feira, o secretário-geral da NATO, Jens Stoltenberg, disse ter convidado os seus aliados no seio da organização bem como a Rússia a retomar as discussões. Mas o chefe da diplomacia russa, Sergueï Lavrov, disse esta tarde que o seu país “está à espera das respostas prometidas às suas propostas, no intuito de continuar as negociações”.

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