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#Turquia/Grécia/sismo

Sismo desperta solidariedade entre Turquia e Grécia

O forte sismo que foi sentido, esta sexta-feira, na zona costeira de Esmirna, na Turquia, e em algumas ilhas gregas, fez, pelo menos, 28 vítimas mortais e mais de 800 feridos. O terramoto desencadeou a esperança que as relações bilaterais acabem por desanuviar face às declarações de entreajuda dos líderes de ambos os países.

Edifício danificado pelo sismo desta sexta-feira. Izmir, Turquia. 31 de Outubro de 2020.
Edifício danificado pelo sismo desta sexta-feira. Izmir, Turquia. 31 de Outubro de 2020. AFP - OZAN KOSE
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Depois de meses de tensão, ameaças, jogos de guerra e retórica nacionalista, o sismo desta sexta-feira na zona costeira de Esmirna, na Turquia, e em algumas ilhas gregas limítrofes criou um clima de solidariedade e apaziguamento entre a Grécia e a Turquia.

Logo após o terramoto - de magnitude 6.6 na escala de Richter, de acordo com o observatório turco Kandili, e de 7de acordo com o US Geological Survey - o primeiro-ministro grego Kyriakos Mitsotakis telefonou ao presidente turco Recep Tayyip Erdogan para oferecer condolências. “Apesar das nossas diferenças, este é o tempo para que os nossos povos enfrentem os desafios juntos”, escreveu depois Mitsotakis. Erdogan agradeceu a atenção, e na rede social Twitter escreveu que “a Turquia também está pronta a oferecer ajuda à Grécia para esta curar as suas feridas. O facto de dois vizinhos mostrarem solidariedade em tempos difíceis é mais valioso do que muitas coisas na vida”.

No meio de tanta morte e destruição – o último balanço oficial dá conta de 26 mortos na Turquia e dois na ilha grega de Samos, e mais de 800 feridos, renasce a esperança que as relações bilaterais, tão tensas nos últimos tempos, possam agora apaziguar. Atenas e Ancara disputam a jurisdição marítima de uma vasta área no Mar Mediterrâneo e Atenas quer que a UE imponha sanções à Turquia devido ao que muitos países europeus consideram ser acções provocatórias: Ancara tem enviado barcos de prospecção, protegidos por vasos militares, para águas reivindicados pela Grécia.

Esta diplomacia pós-terramoto já tem precedentes – em 1999, após dois sismos mortíferos em Istambul (17.000 vítimas mortais) e Atenas (140 mortos), a solidariedade mútua e entreajuda que os povos dos dois países mostraram foi aproveitada pelos líderes para diminuir a tensão que também então se verificava e começar um dos melhores períodos nas relações entre os dois países.

 

O milagre da vida no meio dos destroços

Ao fim da manhã deste sábado, cerca de 20 horas após o terramoto, uma idosa foi retirada com vida dos destroços de um dos edifícios que ruíram em Esmirna. Segundo os responsáveis das operações de socorro, ainda há indícios que várias pessoas com vida se encontram debaixo dos escombros. Nos edifícios que colapsaram funcionavam, entre outros, um supermercado, e uma clínica dentária.

Nas últimas 24 horas já foram sentidas mais de 70 réplicas, que têm lançado alguma ansiedade entre a população. É provável que o balanço de vítimas venha a aumentar, mas ainda assim o cenário podia ser bem pior – Esmirna é a terceira maior cidade turca, com 4,5 milhões de habitantes, mas apenas 17 edifícios colapsaram na grande urbe. As autoridades turcas responderam também com celeridade ao desastre, tendo conseguido extrair dos escombros mais de 100 pessoas com vida logo nas primeiras horas após o sismo.

 

01:28

Reportagem de José Pedro Tavares

 

 

 

 

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