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França

Tensão no Dia do Trabalhador em França

O Dia do Trabalhador aqui em França tem sido marcado por várias manifestações por todo o país para contestar a política social do Presidente Macron, mas num clima de desunião dos sindicatos e de violências na capital.

1200 indivíduos encapuzados perturbaram o cortejo do 1° de Maio em Paris.
1200 indivíduos encapuzados perturbaram o cortejo do 1° de Maio em Paris. AFP/ Thomas SAMSON
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Em Paris, a tradicional marcha da Place de la Bastille até à Place d'Italie que juntou 50.000 pessoas segundo os organizadores, 20.000 segundo a polícia, foi perturbada por uns 1.200 indivíduos encapuzados que causaram degradações ao longo do percurso e até se envolveram em confrontos com a polícia que ripostou com gás lacrimogéneo e canhões de água. Um restaurante foi vandalizado e mobiliário urbano destruído, violências logo condenadas pelo Ministro do Interior Gerard Collomb.

Antes mesmo do arranque da marcha, a polícia tinha interpelado duas pessoas com martelos e já ontem antevia eventuais derrapagens nas manifestações que acontecem num momento social delicado.

A greve dos trabalhadores dos caminhos-de-ferro há um mês, o aumento da pressão sobre os funcionários públicos ou ainda o descontentamento dos reformados que vêem os seus impostos aumentarem são alguns dos assuntos que estiveram hoje nas ruas mas, como sempre, em ordem dispersa. Neste 1° de Maio, o sindicato CGT tinha apelado à unidade, mas as outras grandes confederações organizaram os seus próprios eventos. Contudo a FO, cujo novo líder -Pascal Pavajeau- acaba de ser eleito, diz não rejeitar futuras alianças.

Assim, exceptuando Paris onde as marchas foram marcadas por confrontos, outras cidades responderam ao apelo à manifestação na tranquilidade, nomeadamente em Marselha onde a CGT estima que desfilaram mais de 50 mil pessoas, a polícia falando por sua vez em 6 mil manifestantes. Presente neste desfile esteve o líder da extrema-esquerda Jean-Luc Mélenchon para quem "a união das forças está a acontecer". Noutras cidades, nomeadamente Estrasburgo, no norte, os manifestantes eram 1600 a 2500 e em Bordéus, no oeste, os desfiles juntaram umas 2000 pessoas.

Também habitual no 1° de Maio, é o desfile da extrema-direita em Paris. Desta vez não aconteceu, a líder do partido tendo preferido juntar os seus apoiantes em Nice, no sul do país, um dos epicentros do seu eleitorado para apelar para "outra Europa".

Presente nas mentes mas ausente do país está entretanto o Presidente Macron, actualmente em deslocação na Austrália. Questionado sobre a sua ausência nesta data simbólica, Emmanuel Macron desmentiu "ter-se esquivado", declarou ter" outra coisa para fazer do que estar a comentar o 1° de Maio", acrescentando ainda que "não existem dias feriados quando se é Presidente da República".

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