Filme português estreia no Festival de Berlim

Estreou-se hoje no Festival de cinema de Berlim a oitava longa metragem da portuguesa Teresa Villaverde intitulada "Colo", um retrato de Portugal nos tempos da austeridade, e que está em competição no certame alemão.

Colo, filme de Teresa Villaverde, teve estreia mundial em Berlim. Festival de cinema de Berlim

A realizadora portuguesa já fez sete longas metragens de ficção e um documentário numa obra que realiza desde os anos 90.

A estreia do filme contou com a presença do ministro luso da cultura num certame que conta com uma presença record de filmes oriundos de Portugal.

Para além desta longa metragem, em competição, concorrem ao Urso de Ouro quatro curtas-metragens e outras produções e co-produções noutras mostras.

A cineasta que estivera em Berlim há mais de 20 anos com o seu primeiro filme "A idade maior" integrou um movimento de protesto em Portugal que contesta uma alteração legislativa sobre as competências do Instituto do cinema e audiovisual e ao nível da escolha dos júris dos concursos.

"Colo" é uma ficção em que um casal e a respectiva filha são apanhados nas malhas da crise financeira. O título, manteve-se inalterado em português e sem tradução por opção própria, como revela Teresa Villaverde, já que este vocábulo remete para toda uma série de significados.

"O filme chama-se assim não porque eu sinta que aquelas pessoas sintam de colo. Eu não me sinto é distante deles."

"Todos nós estamos neste momento a precisar de alguma coisa que, no fundo, nós não sabemos o que é, e essa palavra pode, pelo menos, por-nos a pensar."

A realizadora portuguesa alega ainda que a crise financeira que fustigou Portugal apanhou desprevenida muita gente, nomeadamente a geração de 40 e 50 anos que nunca pensara ter que lidar com o desemprego que assolou o país.

Confira aqui a entrevista de Teresa Villaverde a Rui Martins.

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Teresa Villaverde, realizadora portuguesa