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Ucrânia/referendos

Resultados de referendos no leste da Ucrânia saem na segunda

Rebeldes pró-russos proclamam um comparecimento massivo de eleitores para o referendo a respeito da independência das províncias ucranianas de Donetsk e Lugansk. O governo ucraniano fala em “farsa” e o ocidente teme uma guerra civil. Para o presidente francês, François Hollande, essas votações não contam, apenas a eleição presidencial na Ucrânia, no próximo dia 25, será válida.

Longa fila de espera para votar no referendo em Marioupol, neste domingo (11).
Longa fila de espera para votar no referendo em Marioupol, neste domingo (11). REUTERS/Marko Djurica
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Os resultados devem ser anunciados na segunda-feira.

Segundo os insurgentes, mais de 70 % do eleitorado compareceram nas duas regiões, que abrigam sete milhões de pessoas – a população total da Ucrânia é de 46 milhões. Apesar da grande afluência às urnas testemunhada por jornalistas, não há como verificar as alegações, uma vez que as votações não contaram com observadores independentes internacionais. Nem mesmo Moscou, que pediu adiamento da votação, enviou representantes.

O enviado especial da RFI, Daniel Vallot, constatou que no centro de Donetsk, mal foram abertas as urnas em uma das escolas da região central da cidade, uma longa fila havia se formado com eleitores bem dispostos a votar. Um deles declarou que para os habitantes de Donetsk, não havia outra solução senão "a separação da Ucrânia e do governo fascista" que se instalou em Kiev.

Não há registros de incidentes violentos durante a votação, apesar da tensão devido a manobras militares da Ucrânia. Pela manhã, um confronto aconteceu em Slavyansk quando militantes tentavam retomar uma torre de TV, mas sem afetar o pleito.

Para o presidente francês, François Hollande, durante visita ao Azerbaijão, os referendos são nulos e inválidos. “A única eleição que conta é a presidencial na Ucrânia, dia 25”. Para Kiev, o pleito foi uma farsa criminal financiada pelo Kremlin. A Grã-Bretanha também qualificou os referendos como “inválidos”.

Risco de secessão histórica

O temor de Kiev e de vários países ocidentais é de que o referendo produza o mesmo efeito do realizado na Crimeia onde, em março, os eleitores votaram pela independência da região, que foi anexada posteriormente pela Rússia.

No sábado à noite, os Estados Unidos avisaram que não vão reconhecer os resultados dos referendos "ilegais diante da lei ucraniana e que são uma tentativa de provocar divisões e problemas". Os Ocidentais já anunciaram uma série de sanções contra a Rússia, acusada de comandar o movimento separatista no leste da Ucrânia. Os líderes ameaçam impor novas sanções caso não sejam realizadas as eleições presidenciais ucranianas antecipadas para o dia 25 de maio.

"Um fracasso para a realização das eleições presidenciais, internacionalmente reconhecidas, desestablizaria ainda mais o país", advertiu a chanceler alemã Angela Merkel que recebeu o presidente François Hollande em seu reduto eleitoral, à beira do Mar Báltico.

Pela primeira vez, desde o início da crise ucraniana, o presidente do Conselho Europeu, Herman Van Rompuy, que representa os 28 países do bloco, fará uma visita a Kiev nesta segunda-feira.
 

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