Exército nigeriano sabia de sequestro das estudantes, diz Anistia Internacional

As forças armadas nigerianas sabiam dos planos do grupo extremista Boko Haram, que sequestrou mais de 200 estudantes em abril, mas não conseguiram montar uma operação para impedir o ataque, segundo a Anistia Internacional.

Manifestation à Lagos pour demander la libération des lycéennes enlevées par Boko Haram au Nigeria, le 5 mai 2014. REUTERS/Akintunde Akinleye

Em um comunicado divulgado nesta sexta-feira (9), a organização explicou que o exército nigeriano não reagiu aos alertas sobre o ataque do grupo extremista contra o pensionato da escola pública de Chibok, em Borno.

A Anistia Internacional ouviu depoimentos confirmando que o quartel situado em Maiduguri foi prevenido do sequestro por volta das 19h, quatro horas antes da ação do Boko Haram.

Segundo a organização, o exército não pôde reunir as tropas necessárias para impedir o ataque. Um dos motivos é a falta de infraestrutura, além do medo de enfrentar os islamistas, mais bem equipados do que os soldados.

Os 17 membros do exército em Chibok tiveram que bater em retirada, de acordo com as informações divulgadas pela Ong, cuja sede está situada em Londres.

"O fato de que as forças nigerianas não puderam impedir o ataque só aumenta a indignação nacional e internacional desse crime hediondo", declarou Netsanet Belay, responsável da seção africana da Anistia Internacional.

Campanha ganha força nas redes sociais

A campanha nas redes sociais pela libertação das estudantes está ganhando cada vez mais força. A hashtag #bringbackourgirls (tragam de volta as nossas meninas, em português) já reuniu mais de um milhão de assinaturas em alguns dias.

A primeira-dama americana, Michelle Obama, também se juntou à campanha e publicou uma imagem em sua conta no site Instagram. Outras personalidades se uniram hoje à mobilização virtual, entre elas a ministra francesa da Justiça Christiane Taubira.

Hoje a viúva de Nelson Mandela, Graça Machel, também pediu ao governo nigeriano e à comunidade internacional que intensifique os esforços para salvar as estudantes sequestradas.