EUA indica médico pouco conhecido para presidir Banco Mundial

O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, indicou na tarde desta sexta-feira o médico e antropólogo Jim Yong Kim como candidato à presidência do Banco Mundial. Na disputa pelo cargo atualmente ocupado por Robert Zoelick, Kim terá como principal opositora, Ngozi Okonjo-Iweala, ministra das Finanças da Nigéria e diretora geral do Banco entre 2007 e 2011.

Jim Yong Kim, o candidato dos Estados Unidos à presidência do Banco Mundial. REUTERS/Jonathan Ernst

Ainda que Kim traga no currículo a direção da pasta de HIV e Aids da Organização Mundial de Saúde e presida atualmente a prestigiada Universidade de Dartmouth, sua indicação pegou especialistas de surpresa. Até ontem à noite, especulava-se entre os nomes do conselheiro econômico Lawrence Summer, da embaixadora da ONU Susan Rice e do economista Jeffrey Sachs. Este último declarou apoio incondicional à indicação de Obama, que chamou de "escolha brilhante".

De zebra, Jim Yong Kim é imediatamente alçado ao posto de favorito, já que, desde meados dos anos 40, existe uma regra tácita que coloca sempre um americano na direção do Banco Mundial e um europeu à frente do FMI. Na França, o ministro das Relações Exteriores Alain Juppé declarou que não vê motivo para contrariar a regra. Mas os BRICS (bloco composto por Brasil, Rússia, índia, China e áfrica do Sul) está de olho na cadeira e deve apoiar em peso a candidatura de Iweala.

Inicialmente, a preferência do Brasil era pelo ex-ministro das finanças da Colômbia, José Antonio Ocampo, que já havia declarado sua candidatura. O ministro da Indústriae do Comércio, Fernando Pimentel, não esconde sua simpatia por um latino-americano na Presidência do Banco Mundial. No entanto, Bogotá não tem mostrado muito entusiasmo, já que mira a presidência da Organização Internacional do Trabalho. Ao que tudo indica, a disputa de 21 de abril deve mesmo se polarizar entre Kim e Iweala. O novo presidente assume o cargo no fim de junho.