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BRICs/Banco Mundial

BRICs devem evitar protecionismo, diz Banco Mundial

Christine Lagarde, a nova diretora gerente do FMI, e Robert Zoellick, o presidente do Banco Mundial, insitiram nesta quinta-feira que a economia mundial está numa fase perigosa e tem menos recursos para enfrentar esta nova crise.

O ministro brasileiro da Economia, Guido Mantega, e sua colega francesa Christine Lagarde.
O ministro brasileiro da Economia, Guido Mantega, e sua colega francesa Christine Lagarde. Foto: Reuters
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Raquel Krähenbühl, correspondente da RFI em Washington

A análise geral é que a situação dos países desenvolvidos piorou por conta do fraco crescimento e da fragilidade das contas públicas. Desta maneira a crise de confiança se alastra, freando o consumo, os investimentos e a criação de empregos. “Eu ainda acho improvável um segundo mergulho nas economias avançadas, mas minha confiança está enfraquecendo diariamente”, disse Zoellick.

Os dois querem aproveitar a presença de lideres econômicos mundiais, que estão reunidos em Washington para a reunião anual do FMI e do Banco Mundial, para pressionar por ações coletivas, mais corajosas e mais rápidas, tanto nos países desenvolvidos quanto nos emergentes. Para eles, é vital ainda que as lideranças políticas entrem em acordo para resolver a crise e tomem cuidado com medidas “estúpidas”.

Zoellick alertou que a “Europa, o Japão e os Estados Unidos precisam resolver seus problemas antes que estes se tornem problemas maiores para o resto do mundo”. Lagarde lembrou que os emergentes também precisam fazer sua parte para fortalecer suas demanda internas. O presidente do Banco Mundial recomendou ainda que os países que fazem parte dos BRICs foquem em medidas internas e evitem o protecionismo, já que haverá “uma tentação de alguns a proteger sua indústria manufatureira” diante de um agravamento da crise.

De acordo com o ministro da fazenda brasileiro, Guido Mantega, é preciso combater o protecionismo e os BRICs estão comprometidos com isso. “Na crise de 2008, nós tivemos sucesso porque não houve medidas protecionistas. E nós deveremos continuar defendendo a liberdade de comércio para evitar o protecionismo. Entre nós, os BRICs, nós estamos combinando que devemos intensificar o comércio entre nós. Portanto, eliminar eventuais barreiras comerciais que possam existir, facilitar o comércio, o financiamento do comércio, trocas em moedas locais que já iniciaram a acontecer. Devemos até eliminar barreiras.”

Nesta quinta-feira, os ministros das finanças e os presidentes dos bancos centrais dos BRICs se encontraram em Washington e afirmaram estar abertos para considerar uma ajuda através do FMI ou de outra instituição financeira internacional para combater a crise. Entretanto, eles não ofereceram ajuda imediata ou especifica para os europeus. No comunicado conjunto, Brasil, Rússia, India, China e África do Sul disseram que estão determinados a acelerar reformas estruturais para sustentar o crescimento doméstico e pediram ações decisivas e rápidas para os paises desenvolvidos voltarem ao trilho. “A cada dia a crise fica mais ampla e mais difícil de ser resolvida, por isto ação rapida é importante.”

A diretora gerente do FMI insitiu que é importante revitalizar o espírito de cooperação que ocorreu durante a crise de 2008 e falou que há sinais de esperanca, mas é preciso ter paciência para fazer os lideres políticos agirem. Ela alertou ainda que as autoridades internacionais não tem a mesma flexibilidade agora como tinham durante a crise de 2008, porque “hoje os governos não tem mais tanta munição”.
 

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