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Imprensa

Le monde evoca falta de coesão entre emergentes na corrida para o Banco Mundial

A ausência de indicação de um candidato que represente os países emergentes para suceder o presidente do Banco Mundial, Robert Zoellick, demonstra a falta de coesão entre os BRICS, diz o jornal francês Le Monde na edição que chegou às bancas nesta segunda-feira.

O presidente do Banco Mundial, Robert Zoellick.
O presidente do Banco Mundial, Robert Zoellick. Reuters
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O jornalista Alain Faujas afirma que é de se causar estranheza que, após tanto burburinho dos emergentes nos últimos dias, eles ainda não tenham apresentado oficialmente um nome para o cargo mais importante do Banco Mundial. "Fazem quase três semanas que Robert Zoellick anunciou que o seu mandato termina no dia 30 de junho e, até agora, apenas o economista americano Jeffrey Sachs se apresentou como candidato – sendo que a lista de interessados será fechada no próximo dia 23 de março", escreve.

O ministro brasileiro da Fazenda, Guido Mantega, que disse que iria lutar para que o novo presidente do Banco Mundial não fosse americano, é chamado ironicamente pelo jornal de "ministro em ebulição". "Ele acusou o monopólio americano na instituição de ter perdido a legitimidade, mas depois nada aconteceu", destaca o jornalista.

Segundo Le Monde, a falta de coesão entre os emergentes ficou flagrante quando eles tiveram que indicar um nome para substituir o francês Dominique Strauss-Kahn na diretoria do Fundo Monetário Internacional (FMI). O mexicano Agustin Carsten, que perdeu para a francesa Christine Lagarde, não foi um candidato de consenso. "As divergências entre a China e a Índia, a África do Sul e a Nigéria, o Brasil e a Argentina parecem mais uma vez impedir um entendimento", escreve Alain Faujas.

Apostas

O jornalista também tem uma explicação para a lentidão dos Estados Unidos em bater o martelo. "Eles estão esperando uma posição dos emergentes. Se houver a indicação de um candidato do grupo, o presidente Barack Obama vai apostar alto e escolher o nome mais capaz para derrotá-lo".

Caso os emergentes escolham uma mulher, continua Le Monde, Washington teria a opção de apresentar a secretária de Estado Hillary Clinton, a embaixadora da ONU Susan Rice ou a sub-secretária do Tesouro para Assuntos Internacionais Lael Brainard. Se os BRICS lançarem o nome de um acadêmico, o favorito americano poderia ser Larry Summers, presidente da Universidade de Harvard. Sem esquecer Timothy Geithner, secretário do Tesouro, o senador democrata John Kerry e outras personalidades de menos calibre, como Mohamed El-Eriam, patrão do Fundo Pimco, Indra Nooyi, diretora da PepsiCo e Jeffrey Sachs, único candidato declarado por enquanto, lista o jornal.

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