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Líbia/Guerra

Rebeldes líbios pedem armas e reconhecimento aos aliados durante encontro em Doha

O grupo de contato sobre a Líbia, formado por cerca de 20 países e organizações que coordenam a mediação política da intervenção na Líbia, se reúne nesta quarta-feira no Catar, no momento em que os rebeldes pedem armas para combater as forças do ditador Muammar Kadafi e os aliados estão divididos sobre um reforço dos bombardeios da OTAN.

Familiares choram durante enterro de militar rebelde abatido pelas forças pró-Kadafi em Ajdabiya.
Familiares choram durante enterro de militar rebelde abatido pelas forças pró-Kadafi em Ajdabiya. REUTERS/Amr Abdallah Dalsh
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A segunda reunião do grupo de contato sobre o conflito na Líbia, criado no final de março em Londres, deve superar um impasse. Os rebeldes líbios rejeitaram o cessar-fogo proposto pela União Africana e aceito por Muammar Kadafi, no início da semana, colocando como pré-condição a uma solução diplomática a renúncia do ditador.

O Conselho Nacional de Transição, órgão de oposição ao regime, participa do encontro de chanceleres em Doha, assim como representantes da ONU e da OTAN. O Conselho, que esteve ausente da primeira reunião, espera ser reconhecido como único representante legítimo do país. Os rebeldes pedem aos aliados armas para combater as forças fiéis a Kadafi e US$ 1,5 bilhão para prestar assistência humanitária aos civis nas regiões liberadas.

Em Misrata, enclave rebelde 200 km a leste de Trípoli, a situação dos 300 mil habitantes é dramática. As forças do regime cercam e bombardeiam Misrata há sete semanas, deixando os moradores da terceira maior cidade da Líbia isolados do mundo. Falta tudo em Misrata, de alimentos a remédios, e as pessoas estão morrendo por falta de ajuda, denunciam os insurgentes.

Pouco mais de três semanas após o início da intervenção militar na Líbia e a transferência do controle de operações à OTAN, a França e o Reino Unido criticam a atuação da aliança militar, que reduziu os bombardeios contra as forças pró-Kadafi. Os governos francês e britânico defendem uma atuação mais incisiva da OTAN, mas enfrentam a resistência dos Estados Unidos, que dizem que a Aliança Atlântica está cumprindo bem o seu papel.

Depois de terem iniciado os bombardeios contra o regime de Kadafi no dia 19 de março, os Estados Unidos recuaram a uma posição mais cautelosa na semana passada. Assim como outros governos europeus, Washington teme que o conflito se prolongue e, nesse caso, a única solução seria tirar Kadafi do poder à força. Hipótese que ultrapassa os objetivos impostos pela resolução 1973 da ONU, que autorizou o uso da força militar na Líbia apenas para proteger os civis.

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