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Crise/países árabes

Protestos no Oriente Médio já deixaram 10 mortos

A onda de protestos no mundo árabe contra regimes ditatoriais continua provocando mortes e confrontos entre manifestantes e policiais. No Barein, pequeno país do Golfo Pérsico, foram confirmadas nesta quinta-feira a morte de quatro xiitas durante ação da polícia para afastar os manifestantes que mantinham acampamento em uma praça da capital Manama. Na Líbia foram 4 mortos e no Iêmen, outros 2.

Milhares de pessoas acompanham o funeral de um manifestante morto no Bahrein.
Milhares de pessoas acompanham o funeral de um manifestante morto no Bahrein. Reuters/Hamad I Mohammed
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No Barein, dezenas de carros blindados ocupam as ruas de Manama onde durante a madrugada forças-de-ordem agiram com violência para afastar os manifestantes da praça central da capital. Desde segunda-feira, influenciados pelas revoluções na Tunísia e no Egito, que já provocaram a queda dos respectivos presidentes, os xiitas do Barrein exigem reformas políticas e sociais no país dirigido por uma família sunita.

Iêmen

As manifestações continuam também no Iêmen, onde cinco pessoas ficaram feridas nesta quinta-feira em Sanaa, na quinta jornada consecutiva de protestos. Cerca de 2 mil estudantes, a maioria dos manifestantes, foram alvos de ataques de partidários do partido Congresso Popular Geral na saída de um campus universitário.

"O povo pede a queda do regime", gritavam alguns estudantes lançando pedras contra seus adversários. A polícia disparou tiros para o alto para dispersar os dois grupos. Pelo menos 10 estudantes teriam ficado feridos. Além de estudantes, outros representantes da sociedade civil pedem a demissão do presidente Ali Abdallah Saleh que governa o país desde 1978.

A oposição parlamentar, que decidiu retomar o diálogo com o governo, não participou dos protestos. A última manifestação convocada pelo grupo parlamentar foi em 3 de fevereiro quando milhares de pessoas foram às ruas pedir reformas. Um dia antes, o presidente Saleh anunciou a suspensão de emendas constitucionais que lhe garantiam disputar um novo mandato nas eleições de 2013.

Líbia

Os opositores do ditador líbio Muamar Kadafi, que controla o país com mão de ferro há quase 42 anos, convocaram para esta quinta-feira uma grande mobilização chamada de "dia da revolta" contra a corrupção e o nepotismo. O apelo foi feito através da rede social Facebook.

Vídeos circulam pela internet mostrando dezenas de jovens reunidos em Al-Baida na noite desta quarta -feira diante de um prédio em chamas. Eles gritavam palavras de ordem pedindo a queda do regime.

Em um comunicado, a organização de defesa de direitos humanos Líbia Watch, baseada em Londres, afirma que as forças de segurança e mílicias de comitês revolucionários que sustentam o regime usaram balas reais para dispersar a manifestação pacífica dos estudantes. O saldo, segundo a Ong, foi de 4 mortos e vários feridos. Já a organização líbia Human Right Solidarity, baseada em Genebra, afirma, baseada em declarações de testemunhas, que atiradores posicionados nos tetos de edifícios teriam matado pelo menos 13 pessoas e ferido outras dezenas de jovens.

Na quarta-feira em uma manifestação no leste do país, pelo menos quatro pessoas morreram atingidas por tiros nos confrontos violentos com as forças de ordem e 38 ficaram feridas.

Na capital, Trípoli, as autoridades decidiram promover uma demonstração de força e apoio popular ao liberar o acesso à praça Verde, no centro da cidade, para grupos de estudantes e de manifestantes pró-regime. A segurança foi reforçada nas principais avenidas da capital. A tevê estatal divulga de maneira contínua imagens de manifestações de apoio ao regime organizadas em Trípoli, Benghazi, Syrte e Sebha.

A Anistia Internacional e a União Europeia pediram nesta quarta-feira que o governo líbio evite recorrer à força enquanto que os Estados Unidos pediram às lideranças locais para "tomar medidas específicas que respondam às aspirações, necessidades e expectativas do povo".

 

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