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Greve

Médicos moçambicanos relatam "intimidação" para acabar com greve do sector

Os médicos em greve em Moçambique por melhores condições de trabalho incluindo salariais, estão a ser alvo de ameaças por parte dos seus superiores hierárquicos. A denúncia é da Associação Médica de Moçambique numa altura em que o chefe de Estado apela ao diálogo como solução única para a resolução dos problemas. 

A greve dos médicos continua em Moçambique, apesar de os profissionais de saúde denunciarem ameaças e intimidação.
A greve dos médicos continua em Moçambique, apesar de os profissionais de saúde denunciarem ameaças e intimidação. © LUSA - LUÍSA NHANTUMBO
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Os médicos exigem melhores condições salariais e o pagamento de subsídios à luz da implementação da Tabela Salarial Ùnica aprovada pelo Governo moçambicano. Contudo, Napoleão Viola, porta-voz da Associação Médica de Moçambique, denuncia algumas situações que estão a ocorrer.

"Intimidação, coação, coerção, ameaça aos nossos colegas que estão espalhados por todo o país por fazerem greve, por continuarem a exercer um direito que é constitucional. Infelizmente temos estado a assistir essa situação um pouco por todo país", declarou o representantes dos médicos moçambicanos.

Face às denúncias da Associação Médica, em Maputo, o chefe de Estado moçambicano Filipe Nyusi, que está a visitar a província da Zambézia, apela aos médicos a optarem pelo trabalho.

"Porque é que os médicos aqui estão a trabalhar? Nos distritos, todos estão a trabalhar. Alguém acordou em Maputo, porque ele está ligado a política, está a confundir as coisas. E melhor, venha para conversar está aqui equipe. Até escolhem, não queremos falar com A, B. Queremos falar com fulano porquê?", disse o Presidente Filipe Nyusi.

A greve dos médicos é de âmbito nacional e verifica-se desde segunda-feira e 21 dias prorrogáveis.

A associação Médica de Moçambique acusa o executivo de não responder às suas reivindicações e de não respeitar compromissos já assumidos aquando de primeiros encontros no começo do passado mês de Novembro.

A título de exemplo, Napoleão Viola referiu à RFI que "o Governo tem estado a suprimir 75% da remuneração dos médicos em horas extraordinárias. O Governo não tem cumprido com um subsídio que é o subsídio de diuturnidade no que respeita à sua forma de cálculo".

Este responsável referiu ainda que se "tinha definido que os médicos especialistas que realizam actividades para além da assistência aos pacientes, que dão aulas para novos especialistas durante 5 anos, deveriam ter uma remuneração por estas aulas e esta remuneração deveria ser fixada em 20% daquilo que é a remuneração básica dos médicos. Isto foi acordado e assinado. Só que o governo, sem consulta prévia com a Associação Médica de Moçambique, decidiu atribuir apenas 5%".

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