Polícia impede manifestação contra portagens em Maputo

A polícia, fortemente armada e acompanhada da brigada canina, inviabilizou hoje na capital de Moçambique, a realização de uma marcha pacifica de um grupo de jovens contra a cobrança de taxas de portagens na Estrada Circular de Maputo. O promotor da iniciativa foi detido e colocado em liberdade poucas horas depois num acto acompanhado por ofensas corporais e verbais por parte dos agentes da corporação. 

Painel com os preços a cobrar para cada tipo de viatura nas portagens instaladas ao longo da estrada circular de Maputo, Moçambique, 01 de fevereiro de 2022. Arrancou hoje a cobrança de portagens na estrada circular de Maputo, capital do país, uma medida contestada por associações da sociedade civil e pela oposição moçambicana. LUSA - LUÍSA NHANTUMBO

Pela segunda vez quase em duas semanas, a polícia mobilizou-se em força para impedir e dispersar a concentração de jovens ao longo da estrada circular de Maputo que pretendiam marchar contra a cobrança de taxas nas quatro portagens instaladas num percurso de 70 quilômetros.  

"Estão a ver, nem estamos a ser impedidos pela polícia de passar, não sabemos o que é que nós fizemos. Nós viemos para uma coisa [marcha] justa, mas a polícia está ali armada", disse um manifestante.

E são cidadãos anônimos a que a polícia recorreu a intimidação e até a violência para dispersa-los.

Clemente Carlos, promotor da iniciativa, acabou detido e levado para a 18ª esquadra onde, poucas horas depois, veio a ser solto. 

"Estamos a fazer sentir um dever cívico que é fazer uma marcha pacifica, artigo 51 da Constituição da República diz que o cidadão tem o direito a reunião e manifestação e, então não percebo porque tem que haver guerra", disse outro manifestante.

Os jovens prometem voltar a sair à rua contra o pagamento de portagens na estrada circular de Maputo cuja medida entrou em vigor na passada terça-feira feira.