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Moçambique/Ruanda

Entendimento entre Kigali e Maputo por detrás de desaparecimento de ruandês ?

O Centro para a democracia e desenvolvimento de Moçambique e o seu director, Adriano Nuvunga, denunciam possíveis cumplicidades entre Kigali e Maputo no caso do jornalista ruandês exilado em Moçambique, desaparecido no fim de semana passada. Ele poderia estar nas mãos da embaixada ruandesa, embora sem mandado de captura. Ele garante estar a envidar esforços para localizar exactamente Ntamuhanga Cassien.

Jornalista Ntamuhanga Cassien, crítico do regime de Paul Kagame, desapareceu a 23 de Maio de 2021, em Moçambique.
Jornalista Ntamuhanga Cassien, crítico do regime de Paul Kagame, desapareceu a 23 de Maio de 2021, em Moçambique. © https://cddmoz.org/
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Ntamuhanga Cassien exilou-se em Moçambique em 2017 para fugir da prisão no Ruanda.

Tinha sido condenado no seu país natal a 25 anos de cadeia, mas acabou por conseguir evadir-se e procurar refúgio em Moçambique.

Da etnia tutsi ele era jornalista e antigo director da rádio e televisão ruandesa de carácter cristão Amazing Grace.

A Associação dos ruandeses refugiados em Moçambique denunciou o seu suposto sequestro na Ilha de Inhaca onde Cassien exercia uma actividade comercial.

O rapto teve lugar a 23 de Maio por oito indivíduos, que se teriam apresentado como sendo agentes da polícia moçambicana, acompanhados por um presumível oficial do Ruanda.

Adriano Nuvunga, do Centro para a democracia e desenvolvimento, procura apurar o paradeiro exacto de Cassien e denuncia, desde já, o facto de não haver mandado de captura emitido contra o refugiado.

Este poder-se-ia encontrar nas mãos da embaixada ruandesa em Maputo arriscando-se a ser extraditado para o seu país natal.

Uma situação que, de acordo com o director do Centro para a democracia e desenvolvimento de Moçambique Adriano Nuvunga, seria ilegal.

"A informação que nós temos é que ele foi entregue pelas autoridades moçambicanas à embaixada ruandesa de Maputo. Ele foi levado para a 18a esquadra de Inhaca onde já não está. Estamos a fazer diligências para o apurar."

"Moçambique está-se a tornar num sítio, não somente para execuções, mas também para detenções e facilitação de expedientes extra-judiciais por parte do Estado moçambicano, sem qualquer tipo de mandado.", denunciou Nuvunga.

01:41

Adriano Nuvunga, director do Centro para a democracia e desenvolvimento de Moçambique

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