Guineenses em França manifestam-se contra desrespeito dos direitos humanos
Vários membros da diáspora da Guiné-Bissau em França organizaram hoje um protestos em Paris, em frente à sede da UNESCO, para denunciarem "onda de violência" e regime ditatorial de Umaro Sissoco Embaló.
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Os protestos deste sábado aconteceram na sequência do espancamento do advogado e comentador Marcelino Intupé, na noite de terça-feira, alegadamente por homens fardados e armados, assim como a tentativa de detenção do antigo primeiro-ministro Aristides Gomes.
"É uma manifestação de emergência pelo que tem estado a acontecer no país nos últimos dias, uma onda de violência e agressão. Então decidimos que temos que dizer à nossa comunidade que é preciso sair à rua para nos manifestarmos em frente a uma instituição internacional para que a comunidade internacional possa saber o que está acontecer no país", afirmou Iaia Barri, um dos organizadores deste protesto.
À RFI, vários participantes na manifestação descreveram que as suas famílias que estão na Guiné-Bissau vivem num clima de "medo", nomeadamente se se opõe à forma como o Presidente Umaro Sissoco Embaló lidera o país.
"Eles vivem num clima de medo, mesmo quando eu e os meus amigos decidimos avançar com esta manifestação, muita gente me ligou a dizer para não avançar, porque a nossa família lá pode pagar, mas eu decidi seguir em frente porque para eu estar aqui, muita gente se sacrificou", declarou o organizador.
Para Ravelina Tigna, também instalada em França há vários anos, cabe agora à diáspora levar a cabo os protestos já que podem beneficiar da liberdade de expressão fora do país e, através das remessas, ajudam as suas famílias querendo ver melhorias em áreas como alimentação, educação e saúde.
"O medo está instalado e há fome. A Guiné Bissau é um país fértil, que tem tudo em termos de agricultura para se desenvolver [...] A diáspora em geral é o PIB da Guiné Bissau, nós não trabalhamos para nós, eu passo todos os meses a trablhar para fazer remessas para a Guiné Bissau, senão os meus familiares não vivem, eles sobrevivem", concluiu esta manifestante.
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