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Guiné-Bissau

Guiné-Bissau: Liga alerta para institucionalização da impunidade e violência

Na noite de terça-feira, o advogado e comentador, Marcelino Intupé foi vítima de espancamento na sua própria residência. A Liga dos Direitos Humanos da Guiné-Bissau alerta para a institucionalização da impunidade e da violência.

Bissau. Março de 2019.
Bissau. Março de 2019. AFP - EMILIE IOB
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O advogado e analista jurídico Marcelino Intupé foi espancado ontem em Bissau. O advogado foi espancado no interior da sua residência por um grupo de homens fardados e armados e levado para o hospital pelos vizinhos.

Marcelino Intupé representa 18 dos detidos, entre civis e militares, acusados da tentativa de golpe de Estado de 1 de Fevereiro passado. Além disso, é também comentador de assuntos jurídicos na rádio Bombolom FM de Bissau, onde semanalmente emite opiniões, por vezes contundentes, contra o actual poder na Guiné-Bissau.

Em comunicado, divulgado no Facebook, o Presidente guineense, Umaro Sissoko Embaló, condenou  “veemente o acto bárbaro de violência contra o advogado e comentador político da Rádio Bombolom FM”, acrescentando que “os sucessivos casos de violência que têm ocorrido, constituem uma ameaça à paz social no nosso país, razão pela qual o Presidente da República exorta a Polícia Judiciária e o Ministério Público a investigar com maior brevidade possível o ocorrido.

Entretanto, a Liga Guineense dos Direitos Humanos visitou, ontem à noite, o advogado Intupé, num hospital de Bissau, onde recebe tratamentos médicos, e confirmou que estava com ferimentos no corpo e na cabeça. 

O próprio contou à Liga dos Direitos Humanos que no momento das agressões a sua esposa, grávida de oito meses, ainda tentou demover os seus agressores, todavia sem sucesso.

O presidente da Liga Guineense dos Direitos Humanos e também advogado, Augusto Mário da Silva, disse aos jornalistas que fica com a impressão de que a impunidade e a violência estão a ser institucionalizadas na Guiné-Bissau.

“Isso é inaceitável. Além do mais, o Marcelino Intupé identificou com precisão as pessoas que foram à sua casa. É preciso de facto nós agirmos. Não me cabe à mim relevar [o nome] dessas pessoas. O Marcelino, em tempo devido, terá oportunidade de revelar, mas que a sociedade fique a saber que ele identificou as pessoas que foram a casa dele. São cinco indivíduos devidamente identificadas, portanto, é preciso que as autoridades policiais deixem de “brincadeira” de investigar.

Pegando neste caso de Marcelino Intupé, o presidente da Liga dos Direitos Humanos voltou a apelar às autoridades e a polícia no sentido de tudo fazerem para estancar a onda de agressões aos cidadãos e ainda a traduzir na justiça os autores daqueles actos.

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