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Guiné-Bissau

Guiné-Bissau: greve geral dos transportes públicos suspensa temporariamente

Na Guiné-Bissau, a Federação das Associações de Motoristas e Transportadores Públicos convocou uma greve geral que deve durar cinco dias De acordo com Caram Cassamá, presidente da associação, esta acção paralisou quase “100% dos transportes” públicos “em todo o país”.

Bissau. 28 de Julho de 2022.
Bissau. 28 de Julho de 2022. AFP - LUDOVIC MARIN
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Os transportes públicos estiveram paralisados durante esta segunda-feira devido a uma greve geral dos proprietarios. A greve, entretanto suspensa ao meio desta tarde, foi convocada pela Federação dos Motoristas e Transportadores Públicos guineenses.

Convocada para um total de cinco dias até sexta-feira (26), esta greve que paralisou quase 100% dos transportes públicos de todo o país – sobretudo nas regiões do interior –, é a resposta dos motoristas por aquilo que consideram de incumprimento por parte do Governo de acordos assinados em 2021.

O acordo era no sentido de diminuição de operações stop nas vias públicas, suspensão de pagamento de taxas pela utilização de estradas, entre outras exigências.

Operação rodoviária na origem das recentes paralisações.

Há duas semanas as autoridades da Guarda Civil guineense, em colaboração com a Polícia de Trânsito, agentes das Alfândegas e do Fundo Rodoviário, promoveram uma operação “stop” que esvaziou as ruas da capital.

Esta medida, que segundo as autoridades era "necessária", irritou a população local e levou alguns transportadores públicos a deixar os veículos de lado em sinal de protesto, contra aquilo que julgam ser uma acção deliberada que visa "causar prejuízos aos transportadores" em plena época das chuvas.

Refira-se que na semana retrasada, o porta-voz da Direcção Geral de Viação e Transportes Terrestres, Luís Filipe Mendes, disse à RFI que esta operação – que teria por objectivo o controlo dos veículos em circulação e a certificação da validade dos documentos exigidos – é feita com base na lei e que o problema reside no facto de alguns proprietários de carros se recusarem a pagar o que está estipulado.

Em entrevista, Caram Cassamá, presidente da Federação das Associações de Motoristas e Transportadores Públicos, explica os motivos que ditaram o levantamento da greve:

Acabamos de suspender a nossa paralisação, a nossa greve. Não levantamos, mas sim suspendemos, considerando os esforços que estão a ser levados a cabo pelo ministro dos transportes desde quinta-feira até hoje; considerando o engajamento tomado por parte do Ministério dos Transportes; considerando também os ganhos obtidos num despacho conjunto, achamos e pretendemos que devemos suspender a nossa greve para continuar a verificar a actuação, ou seja a efectividade das medidas tomadas.”

Questionado sobre os ganhos, o responsável pela organização respondeu que o despacho conjunto prevê a suspensão da operação por um período de 60 dias.

Os ganhos são que, a partir da data do despacho, foram suspensas todas as actividades de fiscalização e da operação das autoridades fiscalizadoras, tanto da Direcção-Geral de Viação, tanto do Batalhão de Alfandega (BAF) e também da Guarda Nacional, tanto como a polícia de trânsito, foi suspensa por um período de 60 dias”.

Se o Governo não cumprir com o acordado, os motoristas prometem retomar a greve já na próxima semana.

Ouça aqui a correspondência de Mussa Baldé, correspondente em Bissau.

01:45

Correspondência da Guiné-Bissau

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