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#Guiné-Bissau/ Ataque contra deputado

Guiné-Bissau: Presidente diz que ataque a deputado é assunto da polícia

O Presidente guineense, Umaro Sissoco Embaló, declarou, esta segunda-feira, que o ataque ao deputado Agnelo Regala é um assunto da polícia. Por sua vez, a polícia informou que vai abrir uma investigação “séria e rápida”. O comissário adjunto da Polícia de Ordem Pública declarou que o ataque foi perpetrado por pessoas desconhecidas e que se tratou de um caso isolado.

Agnelo Regala, Presidente do partido União para a Mudança.
Agnelo Regala, Presidente do partido União para a Mudança. © Fotografia cedida por Agnelo Regala
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O Presidente da Guiné-Bissau, Umaro Sissoco Embaló, considerou que o ataque ao deputado Agnelo Regala constitui um assunto da polícia: “Isso é assunto da polícia, vá ao Ministério Interior, à Polícia Judiciária. Não falo do cidadão Agnelo Regala. Não sei se é atentado, se é intentona, na Guiné tudo se passa.”

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Presidente guineense sobre ataque a deputado

O deputado guineense e líder da União para a Mudança foi vítima, no sábado, de um ataque junto à sua residência no centro de Bissau, tendo sofrido ferimentos numa perna na sequência de disparos feitos contra si.

Esta segunda-feira, a polícia diz que recebeu ordens do ministro do Interior para abrir uma investigação “séria e rápida” sobre o sucedido.

Em conferência de imprensa, o comissário adjunto da polícia de ordem pública, Salvador Soares afirmou que, para já, a polícia tem dúvidas se realmente o deputado Agnelo Regala foi atingido com uma arma do tipo AK 47. É que essa arma é do uso exclusivo das forças de defesa e segurança guineenses. Para a polícia, se o deputado tivesse sido atingido com essa arma, a lesão seria mais acentuada na sua perna esquerda, na qual foi atingida pelos disparos.

Para a polícia tratou-se de um caso isolado: “Nós, enquanto não tivermos em mão os responsáveis ou suspeitos do caso, não podemos declarar que não é um caso isolado. Também ouvimos a declaração da própria vítima que são pessoas encapuzadas que foram a sua casa disparar contra ele, contra a sua casa, e fugiram. Nesse caso, é um caso isolado, senão eles talvez não iriam usar a máscara e também não iriam abandonar o local rapidamente como fizeram”, declarou Salvador Soares. 

O deputado está fora de perigo e encontra-se em repouso na sua residência.

Oiça aqui a reportagem do nosso correspondente Mussá Baldé.

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Reportagem de Mussa Baldé de 9 de Maio de 2022

Em declarações à RFI, neste domingo, o deputado Agnelo Regala disse que foi vítima do que considera ser "uma tentativa de assassinato" com "motivações políticas" e denunciou que se está “perante a tentativa de instauração de um regime ditatorial no paíscom a tentativa de silenciamento das vozes da oposição.

"Conseguimos escapar de uma tentativa clara de assassinato. Felizmente conseguimos sair, não totalmente ilesos, mas sem grandes problemas", declarou Agnelo Regala em entrevista à RFI.

O deputado acabou por ficar ferido numa perna, depois de um homem encapuzado ter disparado cerca de oito tiros na sua direcção, quando se encontrava na noite de sábado junto à sua residência.

"Foi ontem à noite por volta das nove e qualquer coisa que uma viatura passou à frente da minha casa, eu estava no passeio com um vizinho. A viatura desceu a rua, deu a curva e no regresso, vinha lentamente, sentimos um disparo de dentro da viatura e um indivíduo encapuzado saiu com uma arma de assalto e começou a disparar. Para além do primeiro tiro, disparou mais seis ou sete tiros e um dos tiros apanhou-me na perna sem grande gravidade", descreveu o líder do partido União para a Mudança.

Nos últimos meses, Agnelo Regala, tem sido bastante crítico do Governo e do Presidente da Guiné Bissau, tendo questionado há poucos dias a chega ao país de uma força estrangeira enviada pela CEDEAO, que ainda não tem um mandato claro. Assim, o deputado considera que este atentado tem "motivações políticas".

"A única motivação será política. não vemos outra motivação. É uma motivação política. Estamos sim senhora perante a tentativa de instauração de um regime ditatorial no país e todos aqueles que se oposerem, vão sofrer as consequências, mas não é isso que nos vai impedir de continuar  afazer política, a defender a democracia e a continuar esta luta na defesa dos interesses do povo da Guiné-Bissau", concluiu.

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