Libertação de dois sindicalistas e vigília frente à embaixada de Cuba em Bissau
Sindicatos de saúde ameaçam realizar vigília junto à Embaixada de Cuba em Bissau. Em conferência de imprensa, os sindicalistas de saúde que acabam de ser libertados acusam a Brigada Médica Cubana de imiscuir-se nos assuntos internos da Guiné-Bissau, por coagir os estudantes da medicina a participar na campanha de vacinação contra covid-19, violando a sua missão técnica no país. O Governo decidiu a requisição civil para os hospitais. A decisão, segundo o Presidente do SINETSA é irrealizável.
Publicado a:
Os dois sindicalistas foram detidos na sequência de um inquérito efectuado pelo Ministério Público sobre o boicote dos técnicos de saúde, em Setembro de 2021, que paralisou hospitais e centros médicos, sem que o atendimento mínimo tenha sido garantido.
A prisão dos dois técnicos desencadeou ,a 23 de Outubro, um novo boicote pelos agentes de saúde guineenses.
No dia 25 de Outubro de 2021, a Liga Guineense dos Direitos Humanos, exigiu a libertação dos dois líderes sindicais, considerando que a sua detenção representava uma ameaça à liberdade sindical.
Sindicatos de saúde ameaçaram realizar uma vigília junto à Embaixada de Cuba em Bissau.
Em conferência de imprensa, os sindicalistas de saúde, em liberdade, acusam a Brigada Médica Cubana de imiscuir-se nos assuntos internos da Guiné-Bissau, por coagir os estudantes da medicina a participar na campanha de vacinação contra covid-19, violando a sua missão técnica no país.
O Governo decidiu a 25 de Outubro implementar a requisição civil para os hospitais. A decisão, segundo o Presidente do SINETSA é irrealizável.
A conferência de imprensa dos dois dirigentes sindicais de saúde, agora em liberdade, serviu para reafirmar a determinação em continuar a lutar a favor de um sistema de saúde ao serviço da população. Foi o que afirmou Ioio João Correia, presidente do Sindicato dos Enfermeiros e Técnicos de Saúde e Afins, .
" Achamos que, ainda que injusta estamos satisfeitos e vamos continuar com esta luta, porque a determinação é a mesma", declarou o sindicalista.
Correia, denunciou que a Brigada Médica Cubana no país, está coagindo os estudantes de medicina para participar na campanha de vacinação contra COVID-19 e, ameaçou realizar uma vigília junto à Embaixada de Cuba em Bissau.
Segundo Ioio João Correia, "a presença cubana na Guiné-Bissau tem uma missão específica, que se prende com o ensino e a formação de pessoas, por isso ela não pode ser impulsionada pela política e coagir os estudantes de medecina a participar na campanha de vacinação anti-Covid, senão os técnicos de saúde farão uma vigília diante da embaixada de Cuba".
O vice-secretário-geral da União Nacional dos Trabalhadores da Guiné, Yasser Touré, garantiu que a Central Sindical lutará até quando tiver a certeza que, o Governo irá envolver os sindicatos na busca de uma solução dos problemas laborais.
"Como é possível elaborar um orçamento para próximo ano? Então nós estamos decididos a continuar a luta até ter-mos a confirmação e a certeza de que estamos a governar juntos este país".
Há um ano que a UNTG (União Nacional dos Trabalhadores da Guiné) e o Governo estão de costas voltadas. Os sectores de saúde e educação têm estado a funcionar a meio gás, pondo em causa a campanha de vacinação contra a Covid-19 e o novo ano lectivo.
Ouça aqui a correspondência de Aliu Candé.
Correspondência Aliu Candé 26 10 2021
NewsletterReceba a newsletter diária RFI: noticiários, reportagens, entrevistas, análises, perfis, emissões, programas.
Me registro