Guiné-Bissau: Nuno Nabiam e Botche Candé no encalço da PJ
Na Guiné-Bissau, o primeiro-ministro Nuno Nabiam e o ministro do interior Botche Candé, poderão vir a ser chamados a responder perante a justiça, devido às suas actividades ligadas à venda de madeira, a Polícia Judiciária está no encalço de várias figuras no país, envolvidas no corte e venda de madeira extraida de forma ilegal nas florestas guineenses.
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Na impressa guineense circulam documentos que apontam o nome do primeiro-ministro Nuno Gomes Nabiam como estando indiciado no corte ilegal de árvores, que sao transformadas em madeira.
A Polícia Judiciária enviou a 9 de novembro, para o Ministério Público, um dossiê com nomes de cidadãos guineenses e chineses, que o Ministério Público deveria convocar para esclarecimentos, entre os : Nuno Nabiam, primeiro-ministro, Botche Candé, ministro do Interior, Sadjo Cissé, comandante da Guarda Nacional, Braima Bacar Fati, comandante da Brigada da Proteção da Natureza e Ambiente da Guarda Nacional, Bacar Djaló, Ansumane Indjai, Yin Yan Feng e José Augusto Pinto Cabral "Guto".
Algumas dessas pessoas seriam já suspeitas de actividade ilegal de abate de árvores.Mas, ao que a RFI apurou junto de fontes judiciais, Nuno Nabiam ainda não foi ouvido pela Polícia Judiciária, nem ele nem Botche Candé, o actual ministro do Interior.
Segundo fontes judiciais guineenses, Nuno Nabiam e Botche Candé, pelo estatuto que têm na administração do Estado e pelo facto de serem deputados eleitos, à luz da lei guineense nunca poderiam ser ouvidos pela Polícia Judiciária, mas sim por um magistrado com categoria de Procurador Geral Adjunto.
Ainda assim, a PJ tem fortes suspeitas de que os dois dirigentes estariam envolvidos no processo de uma grande quantidade de madeira apreendida por aquela polícia, num armazém de uma empresa em Bissau em novembro passado.
O Presidente Umaro Sissoco Embaló que se encontra em Ouagadougou, para assistir nesta segunda-feira, 28 de dezembro, à tomada de posse do seu homólogo burkinabé Roch Marc Christian Kaboré, disse no passado mês de novembro, quando o processo deu entrada no Gabinete de Luta contra a Corrupção e Delitos Económicos do Ministério Público, que a PJ tinha autorização para investigar toda a gente suspeita de envolvimento no negócio da madeira extraída de forma ilícita das florestas da Guiné-Bissau.
Correspondência da Guiné-Bissau, 28/12/2020
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