Umaro Sissoco Embaló: "2021 será o ano de desenvolvimento da Guiné-Bissau"
O Presidente da Guiné-Bissau descartou o cenário de dissolução da Assembleia Nacional Popular, depois de se ter encontrado com os líderes das bancadas parlamentares. Umaro Sissoco Embaló prometeu que 2021 será o ano do arranque ao desenvolvimento da Guiné-Bissau, "com todos os seus filhos".
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O Presidente guineense chamou ao palácio os líderes das bancadas parlamentares para comunicar que já não vai dissolver o parlamento, como havia admitido este mês. Umaro Sissoco Embaló pediu respeito mútuo, diálogo e prometeu que 2021 será o ano do arranque ao desenvolvimento da Guiné-Bissau, "com todos os seus filhos".
Vários analistas políticos guineenses admitem que o Presidente Sissoco Embaló nunca quis dissolver o Parlamento, referindo que anúncio de dissolução serviu apenas para pressionar os deputados, que pareciam dar sinais de adensar o discurso contra as actuações do chefe de Estado.
Vários deputados questionaram, em pleno hemiciclo, o Presidente sobre os acordos de partilha de petróleo que estava a negociar com o Senegal.
Posicionamento que, visivelmente, incomodou o chefe de Estado que confirmou que a Guiné-Bissau iria assinar um acordo de partilha do petróleo com o Senegal. Porém, no mesmo dia, Sissoco Embalo afirmou que não precisava de pedir autorização ao Parlamento para assinar acordos com outros países.
A crispação com os deputados aumentou nos últimos dias, levando o Presidente a convocar dirigentes dos partidos, o presidente do parlamento, o conselho de Estado e a Comissão Nacional de Eleições para perguntar se estava pronta para organizar eleições legislativas antecipadas.
Esta quarta-feira, Umaro Sissoco Embaló, chamou ao palácio os líderes das bancadas parlamentares para lhes pedir contenção no discurso, apelando à promoção do diálogo.
Marciano Indi, líder do grupo parlamentar do partido APU-PDGB, do primeiro-ministro, Nuno Nabian, aproveitou a ocasião para pedir ao Presidente Embalo que use a sua influência para tirar o ex-primeiro-ministro Aristides Gomes do exílio forçado na sede das Nações Unidas, em Bissau, e permitir que Domingos Simões Pereira volte à Guiné-Bissau sem qualquer problema.
O Procuradoria-Geral da República da Guiné-Bissau emitiu, na semana passada, um mandado de captura internacional contra Domingos Simões Pereira, líder do PAIGC.
Em comunicado, a PGR formalizou que "o Ministério Público lançou um mandado de captura internacional contra o cidadão Domingos Simões Pereira, no âmbito de um processo-crime que segue os trâmites legais nesta instituição judiciária detentora da acção penal”.
Em entrevista à RFI, Domingos Simões Pereira disse desconhecer o teor das acusações e afirma que se trata de uma estratégia para o manter afastado do país e da política. O líder do PAIGC tinha anunciado que iria regressar em breve ao país.
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