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Crise/zona do euro

França e Alemanha propõem mudanças em tratados europeus

Ao término de uma reunião entre França, Alemanha e Itália convocada hoje em Estrasburgo, o presidente francês, Nicolas Sarkozy, e a chanceler alemã, Angela Merkel, anunciaram a intenção de modificar alguns tratados europeus para melhorar a governança econômica do bloco. As propostas serão apresentadas no dia 9 de dezembro.

Nicolas Sarkozy, presidente francês, e a chanceler alemã, Angela Merkel, durante encontro em Estrasburgo nesta quinta-feira.
Nicolas Sarkozy, presidente francês, e a chanceler alemã, Angela Merkel, durante encontro em Estrasburgo nesta quinta-feira. REUTERS/Philippe Wojazer
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O encontro do trio França, Alemanha e Itália terminou com a promessa de revisão de alguns tratados europeus. O suspense, porém, permanece já que nenhum dos líderes presentes ao encontro em Estrasburgo, leste da França, quis revelar qual o teor das mudanças. Apenas Merkel deu mais detalhes e declarou que a mudança não altera o papel do BCE (Banco Central Europeu).

A declaração soa como uma derrota para a França que tem insistido na necessidade de um BCE mais ativo na compra de títulos das dívidas de países em dificuldade. "A convergência não é algo espontâneo”, disse resignado Sarkozy. Segundo o presidente francês, a França, a Alemanha ea  Itália estão de acordo em  "respeitar a independência da instituição”.

Merkel defende sanções jurídicas para os Estados incapazes de honrar a disciplina orçamentária. Para a Alemanha, enquanto os membros da zona do euro não acertarem suas próprias contas, não se deve discutir qualquer projeto de mutualização das finanças europeias. A proposta do presidente da Comissão Europeia, José Manuel Durão Barroso, também foi rechaçada mais uma vez pela Alemanha.”Progredir em direção a uma união orçamentária mais estreita não significa aceitar a criação de euro-títulos”, reiterou a chanceler alemã.

Lição de casa

O novo chefe do governo italiano, Mario Monti, confirmou nesta quinta-feira que a Itália está comprometida com a volta ao equilíbrio orçamentário em 2013. Citando Angela Merkel, Monti afirmou que cada país " deverá fazer sua lição”. “Nós faremos a nossa", disse. O discurso do premiê italiano foi bem-recebido pelos seus pares europeus. Sarkozy afirmou que a França e a Alemanha têm confiança na capacidade de Monti adotar as medidas necessárias para reverter a situação da economia italiana. “Ele está à altura do desafio”, disse Sarkozy.

Um dos principais objetivos da reunião essa quinta-feira era mostrar o apoio das duas maiores economias da zona do euro à Itália. Até a próxima cúpula européia no dia 9 de dezembro, os três líderes devem manter uma intensa agenda de discussões. Monti convidou Merkel e Sarkozy para um novo encontro, em breve, em Roma.

Por enquanto, os mercados continuam refratários. A taxa de juros para os títulos da dívida italiana para 10 anos voltaram a passar dos 7% nesta quinta-feira. No longo prazo, essa remuneração cobrada pelos mercados para financiar a dívida italiana é insustentável.
 

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