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UE/ crise

Premiê italiano defende Europa, em meio a liderança franco-alemã

Em meio declarações de discordantes entre a França e a Alemanha sobre o papel do Banco Central Europeu para combater a crise na zona do euro, o novo primeiro-ministro italiano, Mario Monti, se opôs publicamente a uma divisão, na Europa, entre os países que adotam o euro e os que permanecem fora da moeda única. Mais cedo, a chanceler alemã, Ângela Merkel, havia defendido uma mudança no Tratado Europeu sobre os países da zona do euro, para impôs mais rigidez na disciplina orçamentária dos países-membros.

O primeiro-ministro italiano, Mario Monti, aperta a mão de José Manuel Barroso, presidente da Comissão Européia, ao final de encontro na Bélgica.
O primeiro-ministro italiano, Mario Monti, aperta a mão de José Manuel Barroso, presidente da Comissão Européia, ao final de encontro na Bélgica. REUTERS/Francois Lenoir
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“Não se pode criar divisões muito claras ou aprofundadas entre a zona do euro e o resto da Europa, porque existem interesses comuns mais importantes”, declarou Monti, em Bruxelas, após uma reunião com o presidente da Comissão Europeia, José Manuel Durão Barroso, com quem tratou sobre a crise. Na quinta-feira, será a vez de o italiano encontrar-se com Merkel e o presidente francês, Nicolas Sarkozy, em um momento em que os dois países se aprofundam no papel de liderança econômica da Europa.

Ex-comissário europeu, Monti deu a entender que está descontente com a forma como os dois líderes têm marginalizado as instituições europeias. “A minha visão da Europa corresponde à visão tradicional da Itália, de que a Europa se funda sobre o método comunitário. Parlamento, Comissão, Corte Europeia de Justiça, etc, que devem se encontrar no centro desta ordem comunitária”, explicou, destacando que vai abordar a questão durante a reunião com a dupla franco-alemã.

Enquanto isso, em Berlim, Merkel afirmou hoje fazer do Banco Central Europeu o credor de última instância dos países em dificuldades na zona do euro “não funcionará de forma alguma”. A França defende esta opção, que se transformou no principal foco das discordâncias entre os dois países sobre uma solução para crise na zona do euro. Conforme a chanceler, esta alternativa resultaria, cedo ou tarde, na necessidade de recapitalização do BCE, o que retornaria o problema para os Estados-membros.

“Nós permanecemos sobre uma dificuldade importante, a de convencer a Alemanha de que nós devemos dotar a zona do euro de um intrumento de defesa da nossa moeda, que passa por uma certa evolução do papel do Banco Central”, argumentou o premiê francês, François Fillon.
 

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