França: Emmanuel Macron preconiza hotspots na Líbia para migrantes

Em declarações efectuadas na última quinta-feira em Orléans no centro da França, o Presidente Emmanuel Macron definiu as grandes orientações da sua política de migração, que consiste nomeadamente em estabelecer a diferença entre os requerentes de asilo e os imigrantes económicos.

Presidente francês Emmanuel Macron em Orleães a 27 de Julho de 2017. Reuters//Michel Euler/Pool

Macron que afirmou não querer continuar a ver mais migrantes a viver nas ruas de Paris, daqui ao fim do ano, preconiza a criação de "hotspots", centros de acolhimento, na Líbia, para que seja efectuada a destrinça entre pessoas susceptíveis de preencher as condições para um pedido de asilo e os que emigram por razões económicas.

O plano Macron, para pôr um termo à deriva e à residência de migrantes nas ruas de Paris e doutras cidades francesas daqui ao fim do ano, teve a adesão das organizações francesas de ajuda aos imigrantes.

Pierre Henry, director da associação France Terre d'Asile , originalmente fundada pela antiga e já falecida primeira dama Danièle Mitterrand , considerou digno o objectivo estabelecido pelo Presidente Emmanuel Macon.

Todavia, Henry salientou que a realização de semelhante objectivo, dependerá dos meios disponibilizados pelo Estado.

Se não forem previstos alojamentos à altura das necessidades de acolhimento do número de migrantes, as propostas de Macron não servirão para nada, constatou por seu lado Florent Gueguen, representante das 870 associações, que fazem parte da Federação dos Actores da Solidariedade.

Para uma melhor eficácia na gestão da crise migratória, o Presidente Macron, preconiza a criação, em parceria com a Líbia, de hotspots, centro de acolhimentos visando estabelecer a identificação entre migrantes que preencham as condições necessárias para requerir asilo político e os que pretendem estabelecer-se na Europa por razões económicas.

De acordo com o OFII (Departamento Francês de Imigração e Integração), 60% dos imigrantes que chegam à Itália são oriundos da África do Norte e da África ocidental. Segundo Didier Leschi , diretor do OFII o objectivo do Presidente Macron é  muito ambicioso.

Mas os analistas consideram que a instalação de hotspots na Líbia, será uma missão complexa se se atender à situação de caos que prevalece no território líbio.